Blog de tatirprado

Contatos (quase) imediatos em vários graus - 6o. grau

Outra coisa que virou e mexeu aparece como ideia editorial tem a ver com o blog Mutgamb. Já se pensou em boletim semanal, compilação periódica de trechos da lista publicados no site da Metareciclagem, convites específicos e direcionados para que pessoas documentem suas práticas ou narrem suas pirações, entrevistas, residências documentadoras e muito mais.

Para que tudo isso virasse realidade, ficou cada vez mais evidente que seria fundamental ter pelo menos uma pessoa focada nisso – observando as conversas, articulando papos com aquilo que se sabe existir mas não aparece, aproveitando bem os silêncios.

A grande diferença desta proposta para o Mutsaz é que isto aparece no blog, com um conteúdo mais instantâneo, independente, sem compromisso com uma linha editorial muito restrita ou um tema. Trata-se de uma espécie de sismográfo ou termômetro da nossa existência coletiva. Isto é, capta seu movimento, temperatura e demais sinais que a caracterizam e modelam.

Caso alguém ainda não tenha percebido, desde o início do ano este espaço passou a ser mais ocupado e a Maira vem cuidando dele com atenção. Como uma das questões discutidas durante o encontrinho em Ubatuba, ficou combinado que faremos esta experiência por um tempo, incluindo revezamento entre as pessoas.

Portanto, em vez de termos notícias do que anda rolando somente a cada seis meses, elas podem surgir a qualquer momento. Se o Mutsaz é o churrasco ou o dia mundial sem carne, é no blog que temos o arroz, o feijão e o pão nosso de cada dia. Nem por isso, menos saboroso!

Contatos (quase) imediatos em vários graus - 5o. grau

 

O Mutsaz foi algo bastante discutido, bem antes do encontrinho em Ubatuba. Enquanto alguns continuavam tendo mil ideias, fazendo, mobilizando, produzindo, outros tinham entrado um pouco no piloto automático e uns pensavam no que ele poderia vir a ser. Nesse encontro, tantas vontades puderam se harmonizar.

Uma ideia antiga, presente desde a origem do Mutirão da Gambiarra, quando ainda tinha nome e sobrenome em vez de apelidos, era a tal editoria colaborativa ou mesmo o desejo de se pensar de forma mais cuidadosa no que vai em cada edição. Se, no início, o simples fato de ter um monte de gente participando das blogagens nos alegrava, agora a gente quer isso e muito mais. Ao mesmo tempo em que continuamos ávidos pela documentação das práticas metarecicleiras, esperamos conhecer também aquilo que as permeia e traduzi-las com mais intencionalidade. Tudo isso sem perder, é evidente, a abertura e confiar no poder daquilo que emerge e surge espontaneamente na vida coletiva em rede.leia mais >>

Contatos (quase) imediatos em vários graus - 4o. grau

 

Nesse encontrinho em Ubatuba, tínhamos muitas coisas para discutir. A pergunta que não queria calar era: o que vamos fazer com o dinheiro do Prêmio Mídia Livre 2010 e como lidar com sua insuficiência diante de tantas coisas que gostaríamos de realizar coletivamente? Entendemos que isso valia uma conversa franca, olho no olho, para que o Mutirão pudesse seguir seu fluxo e encontrar novos horizontes.

Dentre as propostas em pauta, estavam: mutsaz, vídeos, blog, traduções e um livro de artista. Vamos falar de cada uma delas logo mais. Quanto ao dinheiro, alguns aspectos foram aos poucos se delineando:

Grana de prêmio, além de curta, acaba rápido.

Eu não sei se alguém aqui já parou pra pensar no que faria se ganhasse na loteria. Mil planos, imagino, mesmo sem jogar. E a gente geralmente começa por aqueles mais distantes ou que nos deixaria muito felizes. Pois é, apesar de estar muito longe de uma loteria, a vida cultural baseada em editais é algo bem fugaz. Basta parar para colocar no papel (ou na lousa, como em nosso caso), que a gente percebe que dá para fazer bem menos do que se deseja. Até mesmo sem fazer um orçamento detalhado já é possível descobrir isso. Não importa o valor do prêmio, é sempre assim. Felizmente a capacidade humana de imaginar e sonhar ultrapassa qualquer medida. Por isso, se a gente não presta atenção, tudo se esvai e nem nos damos conta do que fizemos. Então, uma questão ficou evidente: precisamos fazer esse dinheiro render, direcionando-o para aquilo que considerarmos prioritário.

Não é possível viver do que se ganha em edital. Muito menos ficar rico.leia mais >>

Contatos (quase) imediatos em vários graus - 3o. grau

 

Depois da comilança muita coisa aconteceu.

O mutsaz continuou rolando de vento em popa até completar 2 anos, com o ciclo das 4 estações. Da primavera de 2009 ao inverno de 2011, o trabalho não foi interrompido e naturalmente foi passando por pequenas mudanças. Se, no início, a brincadeira era um dia de blogagem coletiva, agora já tínhamos lindas ilustrações, musas, oráculos, projeções para o futuro. E foi bem nessa hora, de imaginar o futuro, que o Mídia Livre voltou à cena.

O prêmio anunciado 14 meses antes, enfim, virou realidade e o dinheiro chegou. Sorte do governo que os cidadãos não podem cobrar o mesmo percentual de juros que ele nos cobra. Eu não sei o porquê, mas sempre acho que a “dívida ativa” é o exemplo concreto de que a relação hierárquica entre governo e população é algo que faz a monarquia parecer justa e os bancos privados, mirins. Desconfio até que por isso é que continuam chamando de primeiro mundo esses lugares onde ainda tem rei e rainha... Mas sei lá... Isso não vem ao caso agora...

Acabou a hora dos reclames e voltemos pra novela, com os seguintes caracteres na parte inferior da tela:

MUITO, MAS MUITO, TEMPO DEPOISleia mais >>