Pra pensar

Dalton Martins, transcrito por Felipe Fonseca em 23/06/04 no blog fff

Cheguei há pouco na máquina aqui e o daltão deixou um recado pra mim:

  1. processo de reconquista e desenvolvimento do conhecimento a partir de princípios da elementaridade constituinte dos aparatos tecnológicos em processo de difusão midiática. isso aqui tem a ver com aquele lance que joguei na lista a respeito da radicalização do construtivismo. a matriz dessa idéia é de que pequenos elementos compõem funções táticas e estratégicas na construção de novos e inovadores elementos de difusão, resgate, captação e armazenamento.
  2. não ainda a idéia de como desenvolver isso de forma objetiva e sistematizar (talvez nem seja possível) mas penso apenas que precisamos pensar no processo de rearticulação dessa forma de construção de equipamentos e conhecimento (aqui entra todo o processo de modularização do próprio software livre, onde cada elemento e grupo desenvolve pequenos “patches” e tals para compor um todo que faz sentido de forma completamente diferente de suas partes constituintes). aqui entra uma análise mesmo mais sistêmica disso.
  3. sei lá.

Comments

1. dpadua - 23/6/2004

tentativa talvez inútil de interpretação: “1. ‘abrir’ cadeias tecnológicas para (re)apropriação do conhecimento (infralógica + significados) e dos materiais (componentes de infrafísica) que a geraram, através de novas propostas (novas lógicas, novos significados) de encadeamento tecnológico dos elementos (conhecimento + materiais) das cadeias anteriores. 2. estruturar um sistema de (re)construção tecnológica onde estas novas propostas emerjam de baixo pra cima, a partir das pontas da malha social.”

se for isso mesmo, dá pra resumir em “estabelecer uma nova dinâmica homem->tecnosfera que supere a atual, que é oligárquica e dependente de controle autoritário”.

ou não.

2. Su - 23/6/2004

depois vcs falam da academia …. :)

3. ff - 23/6/2004

pádua, perfeito.

su, ok. mas a gente está com uma pusta base mundorreal pra depois teorizar, e não o contrário…

4. P4010- 24/6/2004

tb votamos no {caminho do meio} entre filosofia/praxis/tecnica | vale aq o ponto de criar estruturas nao so replicaveis, + autoreplicaveis. + ainda o fato de q esses rizomas tem de permanecer livres | [questao]> com vc pensam na interferencias locais desses nodos? q elementos seram usados para agregar novos aliados?

5. dpadua- 24/6/2004

p4o1o the cyborg,
não sei se entendi bem suas questões… mas acho que implementar isso passa por estruturar uma dinâmica homem->tecnosfera centrada na sensibilidade. os sentimentos movem o cyborg, e os nós são vivos.

6. P4010 - 24/6/2004

mestre dpadua-san | pensamos nisso tb {uma dinâmica homem->tecnosfera}, num ponto onde nao de + vamos poder enXergar os extremos entre homemXtecnica [ciborgs :) ]. nossa angustia eh pensar q esses belo5 nodos livres possam ser capturados de alguma maneira pelo inimigo [le-se capiatal, jaba, crackers etc]. como manter esse organismos replicadores livres?

7. dpadua - 24/6/2004

a captura pelo capital acontece porque ainda comemos, bebemos e descansamos submetidos à dinâmica das trocas. o sentimento de injustiça bate quando percebemos que a especialização nessa dinâmica leva a pessoas com tudo, e gente sem o mínimo. como combater isso? levando o compartilhamento à mais básica instância? muitos já tentaram na história, mas quando a coisa ganha escala, algo sai errado… voltamos a depender de representantes pra interagir com quem está longe - representantes que exigirão *algo em troca*. seria então a capacidade de comunicação individual e autônoma (num espaço comum) imprescindível para converter as massas em multidões à medida que o compartilhamento de base ganha escala?

:) radicalizando a (re)apropriação tecnológica livre, ao ponto da (re)construção das bases tecnológicas sociais desde a subsistência compartilhada - tecnosfera livre para conversão energética (para os elementos orgânicos e o inorgânicos que lidamos)… criando zonas autônomas interconectadas num inifinto progresso tecnológico compartilhado, talvez faria emergir novos paradigmas (horizontais) econômicos e enfim políticos.

o loko é que tamo pensando por aí, cowboy -> terraslivres (terraslivres.net). movimento de liberação de terras, através de licenças (contratos de aluguel que não exigem dinheiro) de uso da base tecnológica (re)apropriada ali para concretizar a subsistência compartilhada. interliga-se as terras a partir do compartilhamento do conhecimento. e os nós se apropriando deste conhecimento para adaptar as bases a suas realidades sensíveis. tem um bocado de coisa escrita, falta subir pra lá e abrir o xemelê pra ver até onde vai. que ces acham?

8. dpadua - 24/6/2004

só dizendo algo muito importante: acredito que pra chegar uma realidade compartilhada, não haveria a necessidade de grandes desenvolvimentos tecnológicos, se a sensibilidade geral fosse de compartilhamento. mas somos uma espécie facilmente corruptível e o uso de infrafisica com infralogica de trocas (propriedades + autoridades = a possibilidade de acumular poder sobre a sobrevivência alheia) nos ajudam a manifestar nossa ganância e assim desequilibrar todo o sistema, do ponto de vista dos indivíduos. :=P