Blog de mairabegalli

Heranças simbólicas para antes que o mundo acabe

Novembro, 2012.

É aberta a chamada para colaborações, antes que o mundo acabe.

Mi$tici$mo$ ressucitam culturas ancestrais para evocar a crença no fim do mundo. Contagem regressiva para o apocalipse da Terra agonizante. A dominação humana sobre a natureza e as máquinas chegará enfim ao um destino distópico? Quantos mundos cabem no mundo? Quantos inícios comportam um fim? Quais relógios medirão os novos aions?

Em uma thread sobre "MetaReciclagem como rede autorganizada", Lelex comentou algo, que talvez explique o desatino de muitxs que observam a rede sem participar:

Talvez pudéssemos apontar para uma possibilidade: o reconhecimento de uma herança simbólica que permite o trânsito pelas identificações, tendo como referência a linguagem e os recursos que ela nos oferece.

Falando em heranças de um passado recente, Bicarato e Marcelo Braz trouxeram tecnobjetos simbólicos...

E Sília compartilhou os relatos do último encontrinho que aconteceu em Brasília:

Aprendi novos rituais de energização e ouvi um susurro no meu ouvido sobre a importância de estar atenta aos sinais, afinal “eles estão aí o tempo todo, na nossa frente”.

Mulheres, corpos, rituais

Fabs trouxe à lista a referência do HiperMulheres: trata-se de um filme feito por cineastas indígenas que relata o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu.

E, também compartilhou uma resenha do filme:

(...)Corpo transformado e transfigurado das mulheres heroínas: com colares coloridos, tornozeleira ritmadas, e pinturas sobre rostos, coxas, barrigas. Na recriação do mito original como ritual, não é mais preciso buscar os superpoderes aumentando o clitóris com a mordida de formigas. Em uma fila interminável de mulheres de diversas idades cantando e dançando, a tranformação se atualiza como pura potência dos corpos. Assim, a hiperforça dessas mulheres pode ser assinalada em suas posturas corporais, demonstradas em seu modo de navegação pela tribo e arredores, na assertividade sexual, e no bom humor envolvendo questões muito mal trabalhadas entre nós, os tais brancos. No episódio em que as mulheres se lançam sobre os homens, que dormem plácidos em suas redes, ou na contação do mito fundador do Jamurikumalu em que alguns homens se esquivam dos detalhes mais quentes: às hiper mulheres nada escapa; tudo é naturalizado: elas não gostam de pênis pequeno e dizem isso sem pudor.

Você! Sabe o que é o Marco Civil?

Está marcada para hoje, terça-feira (13 de novembro), a votação do Marco Civil da Internet na Câmara dos Deputados. Lelex trouxe um link para quem ainda não percebeu a importância desse processo:

 

O Marco Civil da Internet, que tramita agora através do PL 5.403/2001, estabelece os princípios, objetivos, direitos, obrigações e responsabilidades na rede. É a base legal para a cidadania virtual, para o tratamento isonômico dos usuários, para a não discriminação de sua navegação e para a concretização de uma Internet efetivamente livre: para a expressão, para a troca, para a criação, para a inovação, enfim, para o desenvolvimento. É por isso que a proposta elenca, como um de seus princípios, a neutralidade da rede, para evitar que interesses econômicos injustificados se sobreponham ao direito de todos se manifestarem e usarem a rede como quiserem. E é por isso também que o projeto estabelecia, no seu artigo 15, a retirada de conteúdos do ar apenas com decisão judicial, após realizado o contraditório e a ampla defesa, em plena consonância com os pilares do Estado democrático de direito. Trata-se de priorizar a liberdade de expressão e o direito de acesso e afastar a censura privada na Internet.

Auto.orgs

Orlando copilou parte da thread "A Questão Central" no site da MetaReciclagem, questionando:

E no final fico pensando se faz algum sentido esse trabalho todo aqui de colocar os tempos, tentar sintetizar o centro do debate em cada e-mail e dar uma outra visualização para as discussões tredi.Ter parado pela primeira vez para ler alguma coisa sobre, após ter resistido nesses últimos meses a toda a prescrição de facebook, twitter, lista, o diabo à quatro, para que eu "entendesse" e me "envolvesse" com aquilo que eu chamo aqui nesse texto de "a questão central", também foi uma experiência interessante.

Em outra thread também instigou a lista:

Como/quando MetaReciclagem passou a ser tratada como uma rede, dá pra identificar qual eram os fundamentos disso, e a mesma coisa pra auto-organizada!?

Bicarato respondeu com esse link:leia mais >>