/maira begalli
A proposta da #mutsaz de novembro levantou alguns questionamentos importantes para a Rede. Um deles, foi o próprio nome sugerido pelo Orlando: "mutsaz", que batizou com uma tag o que chamávamos de blogagem coletiva para compor os Mutirões Sazonais (essas, publicações trimestrais - que ainda não rolaram - feitas como um patchwork bricolado dos posts).
Também foi em novembro que Vitório Amaro resolveu se manifestar questionando as meta-identidades, e brincando com todas elas.
Estávamos eu, Felipe Fonseca e a Tati Prado, conversando no MIS depois da apresentação da ZASF no Mobile Fest, em 14 de novembro. Na ocasião questionávamos as blogagens, os assuntos delas, e o propósito de fazermos uma ação que ao contrário das suscitadas pela chamada "blogosfera" não tinham intenção de fazer buzz, grandes mobilizações, auto-promoção, ou blábláblá pró-blogues.
Discutimos sobre o não-caminho das blogagens temáticas, mas de um foco editorial que conseguisse internalizar para a Rede discussões Meta_Mundo, e então externalizar as produções, inquietações, anseios e questionamentos sob essa perspectiva.
Tinhamos dúvidas sobre a efetividade da proposta desse novembro. Entretanto ela vingou.
Seis dias depois do nosso encontro, aconteceu o falecimento do dpadua (ou será que ele foi encantado?). E, mais do que externalizar e compartilhar as coisas que estavámos construindo com ele, e como isso influenciava nossos anseios e vontades de construir coisas, o #mutsaz também alocou um artigo do próprio Daniel, escrito durante sua internação no Sarah.
Desde que eu publiquei o texto, em 30 de novembro, muitas pessoas me procuraram querendo saber se haveria uma continuidade, e por várias vezes respondi que não.
Mas vejo que dei a resposta errada.
Quando Daniel escreveu: " 2) DEIXANDO O CONTO DE FADAS PARA O MUNDO REAL", colocou em uma frase algumas porções de questionamentos sobre as maquiagens e máscaras presentes em práticas e discursos sobre liberdade, cultura, compartilhamento, hacking.
Questionamentos, que podem gerar infinitas continuidades para o artigo. Tanto para aqueles que gostariam de relatar, como para outros tantos que gostariam apenas de ler e replicar como barulho da rede que alimenta morbidamente egos.
Vale ainda citar o episódio cômico na página de discussão do verbete na Wikipedia criado para o dpadua:
"O artigo diz que esse Daniel Pádua foi:
-
hacker. Em que ele programava? De que projetos participou? Chamam-no de hacker baseado em que?
-
ativista digital. É porque ele tinha blog e repassava links sobre o Pirate Bay e coisas do gênero? Qual é exatamente a extensão do ativismo de Daniel? existe alguma PROVA de que ele foi ativista sem ser o tapaolho de pirata dele?
-
desenvolvedor. de que?
-
teleiro. que diabo é isso?
-
metarrecicleiro. isso nem existe. o cara inventou esse termo!"
Registros como esses escancaram os hiperlinks tendenciosos das rede, e o não existir dA INTERNET como uma instituição igualitária.
Tudo bem. Seguimos. Em busca das internets que caminham descentralizadas e continuamente sem grandes nomes ou reluzências.
:)
Eis as participações do #mutsaz de novembro/09:
- Como surgiu MetaReciclagem - Dalton Martins, 24/11
- Homenagem a @Dpadua - Daniel Varga, 24/11
- Sinta la crocância - Tati Prado, 29/11
- 8OID, dpadua e muitos obrigadas - Kiki Mori, 29/11
- Sob Misterios - Maira Begalli, 30/11
- Sapo Cocrante - Paulo Bicarato, 20/11
- DISPUTA SEM FIM - by @dpadua - Guima-San, 30/11
- Fraga só, narigudo! - imagem no flickr - efeefe, 30/11
- Mutdgamb - dasilvaorg, 30/11