Focando na história

Olá editorxs

Um pouco por questão de foco de trabalho e prazos, e também por conta do tipo de material que tem chegado junto com a primeira chamada por colaborações, eu resolvi pegar aquela divisão em três áreas de investigação e transformá-la em fases diferentes do mutirão (e eventualmente em publicações diferentes). Assim, de agora até o fim do ano vou me esforçar em editar textos que tenham a ver com o histórico da MetaReciclagem. Assim que terminar eles, passo pro próximo tópico, que pode vir a ter novos elementos em 2009.

Assim, vou começar a traçar algumas linhas do tempo paralelas, e vou pautar pessoas que foram chaves no processo da MetaReciclagem durante os últimos anos. Vou pedir não só textos, mas (como recomendou o hdhd) depoimentos, citações e etc. Mantenho o prazo de colaborações em outubro, e até janeiro quero ter uma edição, talvez pra espalhar durante o campus party e o FSM em Belém.

Sempre aberto a ajudas,

efe

BotecoLog

(resgatando causos véios lá do fundo do baú) +=+=+=+ _ Souza, me dá um café. _ São 7 horas e 25. _ Tudo isso? _ Não, tem mais 50 metros. +=+=+=+ Como a vida é insólita. Pensar demais? Não adianta. Ou adianta? Confiro, pela enésima vez, os prefácios de Tutaméia, do Guimarães Rosa. Estamos acostumados a nos conformar com esse modo de pensar cartesiano, causa-e-efeito. Ou seja: um simplismo: desconsideramos várias variáveis (gostei do jogo de palavras...) que inundam esse complexo todo e, no final das contas, subjugamos nós mesmos, por relegar detalhes que são, na essência, nós. Um boteco, como quaisquer outros estabelecimentos, é feito de balcões, cadeiras e gente. São ingredientes simples, básicos, mas a somatória deles é sempre diferente. O *vazio* entre cada um desses elementos/ingredientes é que acaba dando forma e conteúdo ao local. Como a rede do pescador, que é feita de nós, são os vazios que capturam os peixes: os nós (os balcões, cadeiras e gente) são apenas detalhes; a vida que corre entre eles é que conta. Estamos, sim, num boteco. Caótico, como qualquer boteco que se queira boteco há de ser. A metáfora não é gratuita: todos gritam, falam ao mesmo tempo, as contas ficam à mercê da concordância de cada um, a chapa continua quente e pronta, os copos e garrafas se quebram, as discussões aumentam o volume. É o retrato do caos. Mas, ao terminar o expediente, o boteco fecha como todos os dias, pronto para reabrir todos os dias. Nada daquele caos é tão significativo que altere a rotina; mas nada daquele caos é tão insignificante que não reserve histórias e combustível para o dia seguinte. Ou seja: o boteco não é os balcões, cadeiras e gente. É, sim, os *buracos* entre esses nós, as conversações e as atitudes que acontecem nesses buracos. Ou: as sinapses entre os nós. Somos apenas os vazios entre os nós da rede. E estamos num grande boteco.