Há alguns meses, mais pro começo do ano, eu estava meio chateado com o
pequeno ritmo de conversas da MetaReciclagem. O pessoal fazia coisas e
não contava pra ninguém na lista, eu era o único que ainda escrevia alguma coisa sobre o projeto, as coisas pareciam estar morrendo. Em paralelo, o Dalton
saiu do projeto dos Pontos de Cultura, que perdeu a coordenação de
MetaReciclagem e ficou tudo por isso mesmo. A cada semana, eu perdia
mais o tesão. Até que recebi o e-mail avisando que tinha rolado menção
honrosa pra gente no Prix Ars Electronica.
Isso trouxe de volta meu interesse no projeto. Aí eu comecei a
trabalhar… passei a ignorar cada pessoa que me contava uma coisa
interessante em e-mails em pvt e IM. Respondia: nem vou ler. Conta na
lista. Aos poucos, o pessoal começou a contar mesmo. E outras coisas
foram surgindo. A “oficina” de MetaReciclagem nos encontros regionais
dos Pontos de Cultura deixou de ser um espaço de adestramento em como
montar um telecentro com máquinas velhas pra ser um espaço de
experimentação e criação. Um pessoal metarecicleiro do programa GESAC
começou a contar na lista sobre o que faz. Outros possíveis esporos
começaram a pipocar. O banto, com ajuda de bastante gente, organizou o
esporo no Prestes Maia,
um passo muito simbólico pra MetaReciclagem como movimento. Mais gente
começou a se interessar pela MetaReciclagem como experimentação
estética, entre el@s o palm, com quem eu converso raramente mas são excelentes conversas. E mais gente se assumiu metarecicleir@.
Na semana que vem, acredito, o servidor da MetaReciclagem deixa de ser
essa coisa amadora, mantida com cuspe aqui em casa a um custo de 200
rurais por mês, e vai pra um servidor em Amsterdam, no datacenter dos
parceiros do Waag, administrado pelos parceiros do - e parte da rede - Saravá, com superbroadband e um disco maior. Isso, na real, como estratégia do descentro, que também parece que vai começar a andar, em passos lentos: submidialogia #2 no forno, pra rolar em outubro, dessa vez no Recife.
E ontem tive a notícia de mais um aliado que vai se reaproximar do
movimento, se pans na prática, mas só conto quando tiver certeza.
No fim das contas, os últimos meses tiveram uma aceleração tremenda da atividade metarecicleira. Dá pra ver bem no gráfico dos arquivos da lista no gmane.
Volume de mensagens não significa nada, mas de uma média de quase zero
a um dia com mais de 100 mensagens, no mínimo a confusão aumenta. E com
confusão vem o movimento…
E tem mais. Estamos armando um blog coletivo, ainda sem nome, que vai
contar com uma meia dúzia de mais antigos, mais um voluntário mensal
pra resumir a lista, mais alguns guest bloggers pra falar sobre
tecnologia e gente. E se pans esse blog vai levantar uns trocados pra
ajudar a manter o que pode vir a ser o MeMeLab, metareciclagem mídia lab, que uma galera aí tá querendo tocar - afinal, a gente tá sem esporo central em sampa.