por Paula Resende
original em http://casaimpropria.wordpress.com/2011/02/10/75/
Há um ano, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, chamou a imprensa para anunciar um novo projeto. Lançou o Renova Centro – Programa de Habitação e Requalificação Urbana.
A ideia era simples e muito boa: transformar 53 prédios abandonados do centro da capital paulista em 2.500 moradias populares. Custo total de R$ 400 milhões. Prazo, três anos.
Naquele 4 de fevereiro de 2010, ele mesmo assinou um decreto iniciando o processo de desapropriação dos 53 imóveis, todos escolhidos com base em um estudo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Ociosos há décadas. Era reformar e ocupar.
Um ano se passou. Até agora, porém, nenhum foi ocupado. Nenhuma das unidades habitacionais prometidas foi entregue. Com o projeto andando a passos lentos, o prazo dado por Kassab para a conclusão das obras parece até já ter sido esquecido pelo secretário da Habitação, Ricardo Pereira Leite.
Na véspera do primeiro aniversário do Renova Centro, Leite fez um balanço do programa na Associação Viva o Centro. Confira abaixo um slide da apresentação feita pelo secretário na ocasião.
Nesta apresentação, Leite defendeu o projeto. Contudo, deixou claro que reocupar os edifícios abandonados não será fácil.
Quase metade das moradias previstas no programa está em prédios que passam por estudos de topografia. Traduzindo, ficam em prédios que a prefeitura ainda precisa saber se têm condições seguras de abrigar pessoas.
Nove de cada dez unidades habitacionais previstas também ficam em edifícios os quais a prefeitura ainda nem conseguiu a posse definitiva. Ou seja, estão com a papelada enrolada.
Menos de 5% já pertencem ao município. Isso não significa, porém, que a reforma já foi concluída.
Razões para a demora o secretário tem várias. A maior delas é mesmo a burocracia. Ele disse que grande parte dos 53 prédios está comprometida em inventários, repartida entre gerações de herdeiros, etc.
Apesar de se dizer otimista, um ano depois do lançamento do Renova Centro, Leite não se arrisca a dizer quando a ideia brilhante de Kassab finalmente saíra do papel. As primeiras unidades devem sair no ano que vem. Todas, nem ele sabe.