Chamando o pessoal

Mandei pra lista da metareciclagem agora há pouco:
Ei metareicleirxs desse mundão Faz uns dias que tô tentando escrever esse e-mail e sempre me perco no começo, então vou tentar passar direto pro meio. Padam, corta pra olhar pra trás depois de cinco anos de MetaReciclagem. Em resumo: começamos como um grupo de pessoas, com limites definidos. Em algum momento, começou a surgir uma opinião de que deveríamos adotar uma estrutura mais aberta, nos aproximando do modelo de desenvolvimento de software livre: não mais "o" [grupo/coletivo] metareciclagem, mas sim "a" [idéia/metodologia] metareciclagem, replicável por qualquer pessoa que entendesse e se comprometesse com alguns princípios básicos. O tempo, a insistência de algumas pessoas e o surgimento de esporos totalmente independentes da gente colocaram essa explicação da MetaReciclagem na frente das outras possíveis. Só que o processo que levou desse momento até hoje também teve outra conseqüência: a lista da MetaReciclagem, de alguma forma, se esvaziou. As conversas até continuaram. Mas como espaço de articulação, a lista ela já há algum tempo perdeu sua força. Cabe pergunta qual a diferença entre articulação e conversa, entre ação e elucubração. Deixo isso pra daqui a pouco, em outro lugar. Tem um monte de aspectos dentro disso tudo, desde conformação de redes, desdobramentos em outros projetos, outras redes chamando nossa atenção - muita gente que escrevia aqui tem conversado mais na lista do estudiolivre ou da submidialogia. Isso é natural, tem a ver com uma convergência que vai acontecendo entre pessoas que conversam entre si. Não acho que seja necessário fazer algo a respeito. Mas em paralelo, perdemos também uma das coisas divertidas, que eram as múltiplas narrativas. Se a MetaReciclagem se transformou de "grupo de pessoas que reciclam computadores" pra "rede aberta que propõe a desconstrução física e simbólica de todo tipo de tecnologia", talvez a gente nem precise mais de uma lista de discussão como espaço de articulação. Mas tenho cada vez mais certeza de que precisamos de um espaço pra convergir as múltiplas conversas e narrativas relacionadas com apropriação crítica de tecnologias. Se a MetaReciclagem virou antes de tudo uma maneira de interpretar tecnologias, precisamos de um esforço editorial coletivo pra relatar as questões e opiniões que surgem nessa busca. E o lugar pra isso não me parece ser uma lista de discussão. Já tem uns meses que eu tô tentando armar um projeto que tem a ver com tudo isso. Converso aqui, converso ali, tento buscar apoios pessoais, institucionais e espirituais pra uma tarefa que é grande e cansativa, mas pode vir a ser muito interessante: um mutirão pra coletar documentação e conversas relacionadas com MetaReciclagem, publicá-las em um lugar e começar a traçar paralelos e rabiscar associaçÕes possíveis entre os aprendizados em todas as pontas. Se a galera virou multidão, eu quero ter uma fogueira ali num canto pra juntas as pessoas que gostam de contar causos. Se depender de mim vai ser perto do boteco. Se depender de mim não vai ser a única fogueira. Se depender de mim, começa logo. O nome dessa fogueira que eu tô montando é Mutirão da Gambiarra. O histórico de conversas dessa lista aqui (que vai ter uns trechos selecionados e declamados à frente da fogueira) pode dar umas pistas sobre o porque de justapor os dois termos: o mutirão como concretização brasileira do conceito de multidão; a gambiarra traduzida na proximidade, instabilidade e eterna reinvenção das tecnologias. A fogueira começa com um site em drupal. Ainda não sei pra onde vai andar, por enquanto vou abrir um fórum pra debater exatamente por onde caminhar. Estou começando a fogueira com uma brasa e um pouco de lenha que vêm do apoio do DesCentro, que tá oferecendo hospedagem na aletta pro Mutirão com base em um pedido de apoio que eu fiz lá (que também é uma explicação pra tudo isso em outras palavras, olhe só: http://pub.descentro.org/node/9156
Mandei pra lista da metareciclagem agora há pouco:Ei metareicleirxs desse mundãoFaz uns dias que tô tentando escrever esse e-mail e sempre me perco nocomeço, então vou tentar passar direto pro meio.Padam, corta pra olhar pra trás depois de cinco anos de MetaReciclagem.Em resumo: começamos como um grupo de pessoas, com limites definidos.Em algum momento, começou a surgir uma opinião de que deveríamos adotaruma estrutura mais aberta, nos aproximando do modelo de desenvolvimento de