Resumo de uma conversa com o Glauco Paiva (29/05/2006)...
Pensando o processo artístico dentro da ação Metarecicleira...
Neste aspecto acho que a coisa vem se auto-implementando no processo tecnológico e de inclusão digital, essa coisa da arte, pelos menos em minha visão está muito ligada ao fazer, ao ato artístico em si, a descoberta de possibilidades e este é um trabalho coletivo ou não.
Na prática que tivemos durante este tempo sei que não tivemos muito tempo entre o agir e o elaborar esta ação o que vem acontecendo espontaneamente, não quero com isso espantar possíveis colaboradores, ao contrario quero agregar gente que tenha um comprometimento com esta prática que traz a reflexão em seu interior para que uma nova ação seja tomada.
Minha sincera opinião a respeito do mundo das artes, eu acho que ele deveria observar o que está acontecendo em volta, ver as periferias e sua produção, seu comportamento e os movimentos que acompanham sua evolução, o que nunca aconteceu..e como sempre eu estou fora desse circuito (pelo menos formalmente), e vejo que o que estamos fazendo não se enquadra nisso, a atuação é essencialmente pedagógica.
O ato de pensar imagens, elaborá-las e colocá-las pra fora é em si um ato pensado, que pode ser discutido com as comunidades e serve como auxílio na apropriação tecnológica. Nesta atividade e em todo trabalho somos obrigados a refletir sobre o que estamos fazendo, quais as melhores possibilidades de uso dos equipamentos (pode ser pincel, aerógrafo ou o teclado) o que são estas tecnologias e como elas podem nos servir de forma dinâmica e eficiente e também como desconstruir seu uso formal criando novas metáforas.
Temos feito isso de forma quase que espontânea e agregar novos colaboradores leva tempo, e exige destes um posicionamento de ação que raras vezes encontramos (volto a pedagogia da coisa) e que o distanciamento não quer de modo algum dizer arrogância mas sim uma tomada de atitude frente as situações emergentes, a torre está sempre aberta a pensamentos sérios e construtivos, de colaboração efetiva e construção pratica.
Sempre construí o trabalho coletivamente, com pessoas do grupo (claro que não como um todo pela distância física) e muito mais com as comunidades por onde temos andado, e lá sim tivemos momentos de construção colaborativa (dessoldando placas, pintando, criando produtos e materiais de conteúdo simbólico) enfim explorando as possibilidades expressivas de cada contexto e meus caros, se a oportunidade está na mão não da tempo pra debate, depois podemos conceituar ( o que aliás fica para os críticos de plantão).
Ainda não construímos um trabalho que possa ser chamado de artístico, estamos no caminho para a construção de uma linguagem que realmente atinja este objetivo, algo que surja como um ponto de mutação do trabalho, estamos na pesquisa, procurando... Aí quando rolar esta linguagem estaremos com bases sólidas para estruturar novos caminhos a serem percorridos, por enquanto estamos buscando...