Projeto propõe a ‘humanização’ da máquina
Quem conhece o MetaReciclagem descobre que ele é um projeto bem diferente, quase emblemático. Tanto que nem o termo inclusão digital se encaixa nessa proposta. “Inclusão digital virou praticamente uma ‘entidade’. Por isso, para nós, reapropriação tecnológica é um termo bem mais apropriado”, explica o metarecicleiro Ricardo Ruiz, que formou a primeira oficina de reciclagem de computadores, montagem de laboratório, pintura livre e configuração de rede no Rio, em março.
A proposta é que as pessoas conheçam as ferramentas que proporcionam a propagação da cultura, mudando seu posicionamento de meros receptores para questionadores e produtores de cultura. E as oficinas têm um grande caráter imersivo, para criar um vínculo entre o usuário e o computador. Por isso, as máquinas passam por um processo de “humanização”: são pintadas pela própria comunidade na qual os laboratórios são inseridos e ganham nomes próprios.
“O grande barato é a logística da coleta de doações, triagem das máquinas, reapropriação do hardware, introdução do software livre e inserção dessas máquinas em comunidades”, explica Ruiz. “A idéia não é a capacitação, e sim a consciência dessa apropriação da tecnologia. E, com um formato festivo, a aproximação é muito mais efetiva”, avalia Ruiz. “O mais importante é a geração de informação”.
Com fôlego renovado graças à parceria com os Pontos de Cultura, do Governo federal, o MetaReciclagem pensa em adaptar o seu formato para a participação de crianças (o público tem idades entre 14 e 35 anos). “É consciente, mas é lúdico.”
Enquanto os cariocas esperam o próximo encontro em novembro, a oficina da MetaReciclagem chega ao III Eslam (Encontro de Software Livre da Amazônia), entre os dias 26 e 30. Conheça mais sobre o projeto no Rio no endereço http://rio.metareciclagem.org.
Mylene Nemo, nO Dia
MetaRec
Matéria simpática sobre o MetaRec no jornal O Dia: