A tecnologia para inclusão de cada pessoa - Uma conversa com Hudson

Hudson Augusto, 37 anos, trabalha em uma penitenciária de Sorocaba-SP. É ativista em temas que envolvem Inclusão Digital e atua em projetos para pessoas com deficiência. Ele já apareceu bastante por aqui, no MutGamb...

Atualmente Hudson está desenvolvendo um projeto de "criação de um ranking de sites acessíveis" e tem trabalhado na divulgação da importância da acessibilidade web para as pessoas com deficiência. Nessa época de releituras do passado e esboços de novos futuros, ele comentou um pouco suas atuais perspectivas.

 

Sua vida mudou bastante nesses últimos anos por conta dos trabalhos sobre acessibilidade. Como isso começou?

Hudson - Sim, há seis anos quis criar um laboratório de Inclusão Digital em uma escola de Educação Especial (onde o meu filho Wesley estudava). Então comecei a estudar as tecnologias que poderiam ser úteis neste projeto. Ao mesmo tempo, percebi que a Universidade na qual cursava o curso de Sistemas de Informação desconhecia essas tecnologias. Vi isso como uma oportunidade de aprendizado teórico e prático sobre a importância da acessibilidade no meio tecnológico das pessoas.

 

Você recebeu uma premiação no ano de 2013, o que significou para você?

Hudson - Sim, fiquei em segundo lugar como "Personalidades", no Prêmio Nacional de Acessibilidade Web do W3C Brasil. Sendo que em 2012 eu tinha sido premiado com o primeiro lugar na mesma categoria. O que me marcou e me fortaleceu foi a soma de um aprendizado em rede, onde consegui comprovar que a tecnologia pode e consegue mudar os rumos da vida das pessoas. Pois foi por meio das premiações que consegui provar algumas das maiores emoções pessoais e profissionais. Só depende do esforço próprio em aprender e principalmente colaborar em proporcionar melhorias - não somente na minha vida e sim na vida daqueles que estão em torno e das pequenas coisas que transformam as realidades.

 

Você mora em Sorocaba, se pudesse, aplicaria algum projeto na esfera municipal?

Hudson - Há cinco anos iniciamos um projeto em Sorocaba com amigos da Rede MetaReciclagem e conseguimos trabalhar com esse tema em Sorocaba - apesar de não ter dado certo da forma que esperávamos.  O que me deixa contente que até o hoje o termo MetaReciclagem é utilizado e faz parte do programa de governo municipal nas questões de lixo eletrônico em Sorocaba.

 

Quais são seus planos para 2014?

Hudson - Um dos projetos é trabalhar com a temática da transparência pública e dados abertos acessíveis, quero aproveitar para trabalhar com o empreendedorismo em Sorocaba, onde queremos criar um laboratório hacker para trocarmos aprendizados e iniciarmos novos projetos. Outro ponto é iniciar os estudos para o Mestrado, pois pretendo ser docente, além de se dedicar mais a família.

 

Como você enxerga o futuro das tecnologias inclusivas?

Hudson - Na minha opinião é um futuro que já se faz presente, pois podemos ver como o celular já é uma tecnologia inclusiva, que possui diversos usos. Dependendo da pessoa, um o celular é um telefone,  rádio, tv, para um cego é meio de locomoção e aprendizado, para um surdo é meio de interação. O que precisamos é saber a necessidade de cada um e "apresentar" uma tecnologia para incluí-los em uma vida com qualidade e realização.