Uma grande rede das redes, como forma de adestramento: o simulacro do poder

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O episódio dois da série "Tudo Vigiado por Máquinas de Adorável Graça" traz (do minuto 51 em diante) um relato fidedigno de pequenas disputas de poderes que estão acontecendo no que chamam "de redes do Brasil".

 

 

Orlando resenhou sobre:

Rede virou um termo genérico  que poucos percebem que perde muito quando usado como formato organizacional.  É ainda a mania moderna de querer prever as soluções  em  formas e fórmulas.  É o adestramento ao qual estamos sendo submetidos já faz algum tempo. A popularização da Internet e toda a parafernália “comunicativa” vigente em sua produção só reforçam este  simulacro de poder. E assim a maioria de nós acredita, tem fé, que a aparência de relacionamento é em em sua performance  um relacionamento.
Pessoas ao meu redor consideram o facebook o termômetro de sua sociabilidade. Um like, um compartilhamento, um “add” ou não, o número de “amigos” são o argumento que precisam para se sentirem prestigiadas ou não, amadas ou não, bem sucedidas ou não. Inevitavelmente sendo chato e antiquado sou daqueles que leva um tempo, maior ou menor dependo do que se passa juntos, para chamar alguém de amigo. Amigo não é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito. Isso é figura de linguagem. Amigo é alguém que conforme vamos convivendo,  confiando e  nos entregando, passando por situações juntos, aprendemos a assimilar o que consideramos virtudes e defeitos, aprendemos  a conviver e saber  quando contar,  sentimos  de alguma maneira que há um reciprocidade nesses sentimentos, práticas e aprendizados, e, em algum momento, nos damos conta de tudo isso, ainda que inconscientemente.
Redes,  em certas concepções produtivescas da  atualidade e sem teorizar aqui sobre o que venho sendo treinado a pensar sobre redes para além das relações humanas,   são tentativas organizacionais de dar um formato mecanicista às construções e relações de amizades,  mas com um grave problema no processo. Quando tentamos colocar a amizade,  no sentido que defini aqui,  num formato organizacional produtivo, ela vira recurso para produção do que quer que seja e, portanto, deixa de estar naquela concepção de amizade. Não estou julgando se isto é bom ou ruim, apenas tentando falar que o que alguns vem entendo como rede pode ser a  formatação organizacional produtiva do que seriam relações de amizade. Logo, redes em rede, seria a formatação organizacional produtiva dos amigos dos amigos, dos interesses comuns, numa idealização de mundo perfeito, que, obviamente , não existe.
Não podemos confundir o que todo mundo passou a chamar por aí de redes. Alguns  tem consciência de que rede é apenas um nome, uma bandeira pirata, um símbolo de identificação,  constantemente em potência e em  processo de mutação. Mas outros já acreditam que “as redes” são o  ”novo formato organizacional” de ação política. Confesso que até eu uso este termo: “novos formatos organizacionais”. Mas apenas como terminologia de tradução para possibilitar conversas e ações. Aquela que acredita que estamos  fazendo algo em função de “uma rede” e que esse fazer é algo “novo”, revolucionário, transformador,  ou é ingênuo ou está tão preocupado em atender a certas demandas que não vê (ou não que ver) o que de fato ocorre.
Ainda que o discurso caminhe muita vezes  para a  conversação com o crente daquele outro sentido de rede, vejo que aqueles entre nós que usam o termo MetaReciclagem conscientemente sabem que não estão fazendo algo de especial em função de um formato adotado. Rede, no nosso caso não é formato, não é organização e nem prática definida. Uma das coisas que mais  dá prazer em interagir com a MetaReciclagem é ver que há um bom esclarecimento e consciência entre vários de nós que consideram que fazem as coisas “em rede” e  não vêem “a rede” como a fórmula da ação, como o contraponto a modelos estabelecidos e em falência. MetaReciclagem não é uma das redes dentre essas que as pessoas vem chamando por aí de redes e mecanizando em cima de um suposto processo comum. MetaReciclagem é quando precisa ser e não é quando entende que não é . Mais importante, e que poucos conseguem assimilar e potencializar, não é dizer o que MetaReciclagem é, mas sim dizer o que MetaReciclagem faz.