Telecentros: passados e futuros, por Dalton Martins

warning: require_once(sites/mutgamb.org/modules/print/lib/dompdf/dompdf_config.inc.php) [function.require-once]: failed to open stream: No such file or directory in /var/www/multisite_drupal6/sites/mutgamb.org/modules/print/print_pdf/print_pdf.pages.inc on line 194.

Faz um tempo que o Isaac perguntou na lista se alguém trabalhava com Telecentros. Achei que seria interessante contextualizar um pouco do que foram os Telecentros (quando criados) e se ainda fazem sentido hoje. Eu, que entrei nas redes todas em 2008, perdi um teco dessas discussões e articulações que acabando contextualizando muitos dos caminhos que temos hoje...

Então, perguntei ao Dalton Martins:

Desde quando você trabalha com Telecentros? 

Dalton: Desde 2003, quando começamos a montar os primeiros Telecentros metareciclados em parceria com o Agente Cidadão. Hoje, não trabalho em Telecentro. Trabalho com aulas em cursos de graduação na área de tecnologia.

Na sua perspectiva o que mudou desde a implementação do projeto dos Telecentros até hoje?

Dalton: Muita, mas muita coisa. Sobretudo, o custo da tecnologia e o nível de acesso que as pessoas tem hoje é muito maior do que tinham em 2001 e 2002, quando os programas começaram pra valer. Além disso, o fenômeno lan house cresceu muito nesse período, ocupando um espaço que o próprio governo não teve estrutura de ocupar. Em termos de visão de projeto, o que ocorreu é que ganhou mais escala. Saiu das experimentações iniciais em prefeituras e ONG's para se tornar uma política pública de estados e governo federal. Logo, muitas outras questões de implementação começaram a se tornar evidentes: como cuidar dos equipamentos, como tratar a dimensão humana com mais cuidado quando os grandes números entram em jogo, como levar banda larga para áreas rurais, etc, etc. Acho que a fase em que estamos hoje consiste de buscar entender como resolver esse tipo de questão, o que traz uma grande perda do lado mais experimental, romântico que vivenciamos alguns anos átras. Hoje, vivemos mais na fase da engenharia desses projetos do que da experimentação. Nesse sentido, para muitos de nos tem sido um convite a se reinventar como foco e eixo de ação experimental. Uma renovação possível dado as conquistas que de certo modo se conseguiram e outras que se mostraram inviáveis.

Qual é o principal desafio a ser superado?

Dalton: O principal desafio é sair da dimensão tecnologia e do acesso, ganhando mais contexto como projeto de espaço de promoção de redes comunitárias, em todas suas dimensões possíveis. Não estamos mais falando de tecnologia a muito tempo, mas precisamos dar mais forma para isso, experimentar mais outros arranjos possíveis. É nisso que ainda vejo sentido um projeto como Telecentros continuar.