Práticas esquizoanalíticas no lançamento do novo livro de Fabi Borges

warning: require_once(sites/mutgamb.org/modules/print/lib/dompdf/dompdf_config.inc.php) [function.require-once]: failed to open stream: No such file or directory in /var/www/multisite_drupal6/sites/mutgamb.org/modules/print/print_pdf/print_pdf.pages.inc on line 194.

Fabi Borges lançará hoje, na Pinacoteca Porto Alegre (POA), seu novo livro "Domínios do Demasiado". Fabi já fez um lançamento na semana passada (5 de abril) em Bagé e compartilhou algumas imagens.

O livro, que está disponível para download no Estúdio Livre, é descrito pela própria Fabi como:

Um convite à imersão nos domínios do demasiado, onde sobrevivem os gestos invisibilizados de uma multidão que não cessa de manifestar-se.
 

 

O que aborda seu livro?

Fabi: Trata de experiências com moradores de rua, arte coletiva, intervenção urbana, arte política,

coletivos de arte, processos artísticos e mídicos junto aos movimentos sociais como: MSTC, MTST, MST. O livro fala sobre mudanças de perceptivas e práticas esquizoanalistas, na real são as coisas que vivi durante o período que fiquei em São Paulo. Os Domínios do Demasiado são os lugares onde acontecem todos esses encontros e experiências. 

Como se deu o processo de confecção?

Fabi: Primeiro coloquei ele online, depois fiquei sonhando com um livro, talvez porque eu achasse que só na internet ele não seria tão acessível e sentia mesmo falta do objeto-fetiche LIVRO. Dai procurei editoras, foi muito difícil conseguir alguém que quizesse publicar. A Hucitec quis por conta da linguagem esquizoanalitica e também por intermedio do Lancetti, que coordenava a coleção saúde e loucura. É um livro sobre produção de subjetividade e novas práticas esquizoanaliticas, por isso interessou.

Como você tratou dos trâmites editoriais e licenciamento?

Fabi: Tive um problema sério com a editora, pois eles lançaram o livro primeiramente em copyright, isso me deixou muito brava, já que não condiz com as coisas que falo no próprio livro. Mas depois que fiz pressão eles modificaram. O resultado disso acho que é mais simbólico que concreto, é uma forma de fazer o símbolo da liberdade fazer sua própria intervenção. Difícil saber as consequências desse ato, eu queria viver dos meus livros, isso parece ser impossível. A editora não distribui o livro, só põe a venda na internet, todo o barulho em torno do livro sou eu mesmo que dou, e as pessoas que gostam dele. Comprar um livro quando ele já está disponível se torna então uma espécie de recompensa, algo como um colecionador de arte, ou os que amam o objeto. Cada livro custa R$ 8.50,00 para ser feito, a distribuição exige preços de transporte, a editora coloca o livro a preço de R$ 35,00 e cada livraria cobra 30% do preço do livro. Ou seja, no final o que o autor ganha é o preço do livro mais uns trocados - tem que ver o que vai sobrar para essa coisa de ser escritora. Às vezes acho que é demodê, old fashion, outras me afirmo e saio com meus livros como se fosse um cantor com seus vinis para vender. É um assunto importante, de ponta que deve ser mais discutido: como pode sobreviver quem gosta de escrever? A simples disponibilização na rede não garante nenhuma sobrevivência.

Quais são suas perspectivas como escritora?

Fabi: Eu gostaria de ficar viajando o resto da vida pelo mundo escrevendo livros, sendo paga pra isso, essas são minhas perspectivas. Não gostaria de ter um trabalho que me exigisse tanta presença e que me impedisse de escrever, e além disso que me obrigasse a escrever por avaliacão profissional - é o caso dos nossos professores universitários. Mas eu sei que essa vontade de viver para escrever  é coisa do século XX, né? Tá saindo mais um livro na sequencia, o Breviário de Megalomania!

 

Serviço:

Pinacoteca Porto Alegre: Rua da República, 409. Porto Alegre.