No dia 18 de maio, Marcelo Braz trouxe à lista a notícia do Seminário SP+LImpa que aconteceria no dia 5 de junho, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. No dia 5, Marcelo foi até lá e compartilhou seu relato:
Estavam lá somente na abertura "oficial" o governador e o prefeito. Provavelmente somente na
abertura, porque sabiam que viriam críticas fortes às respectivas gestões na sequência. O que realmente ocorreu, quando a voz foi dada aos acadêmicos e a catadora presente. Que, diga-se de passagem, também não estava na programação do evento, mas que a Professora Loschiavo, numa
louvável iniciativa, deu voz para ela no palco. A catadora mandou muito bem, ao contar a própria história e a da cooperativa mais antiga de São Paulo, a Coopamare. Fique sabendo ainda que o Cedir-Usp será remanejado para um outro espaço chamado Cersol - Centro Multidisciplinar de Estudos em Resíduos Sólidos, será inaugurado e divulgado na próxima semana em um evento parecido a esse. O dado inquietante é que eles terão sua área física reduzida a metade da área atual, que já era pequena pelo volume que recebiam. E que estarão subordinados a Prefeitura do Campus, a meu ver decisão completamente equivocada da reitoria fantoche pois enfraquece o caráter de experimentação por não estarem mais vinculado diretamente a um instituto de pesquisa. É a triste situação da USP, a bur(r)ocracia matando qualquer semente de inovação e liberdade. Pra resumir, os acadêmicos concordaram todos em um ponto: de que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, mesmo traçando metas ambiciosas, está a passos lentíssimos em sua implementação. Um professor chegou a afirmar que a meta prevista de 2014 para o fim dos lixões, se o processo continuar no ritmo atual, será atingida somente lá por 2035! O cara do MIT apresentou um projeto bem louco. Eles colocaram tags(etiquetas eletrônicas rastreáveis pelas torres de celulares) em variados tipos de lixo e depois sairam mapeando para saber por onde o lixo andaria. O resultado é incrível, pois teve lixo que viajou pra cacete pelo EUA e depois voltou próximo ao ponto de origem, na Califórnia.
O governador usou Ubatuba como exemplo de quanto o lixo é descartado longe de sua origem. No caso de Ubatuba um caminhãozinho passa em frente a Fundação Alavanca e vai "depositar" o lixo a 180 km de lá, em Tremembé no Vale do Paraíba.