Em 2009 aconteceu atribuladamente o I Fórum de Mídias Livres. Como o MutGamb é um ponto de mídia livre, na época tínhamos direito a uma passagem para Vitória (paga pelo MINC, mas que nunca chegou) - e não foi só a nossa como de outrxs aliadxs. Ou melhor, muitas passagens chegaram sim, mas com a data retrógrada de embarque (horas ou dia no passado). Algunxs chegaram a brincar, dizendo que o MINC enviaria um Delorean. Mas não enviou.
Duas edições depois, nos dias 27 e 28 desse mês, Porto Alegre sediou junto ao Fórum Social Temático o 3º Fórum de Mídia Livre (até o momento que tentei linkar a url o site estava fora do ar, erro 509).
A grande pergunta é: depois de uma gestão devastadora, em que o MINC não existiu, ainda faz sentido pensar em pontos de Mídia Livre, ou mídia livre transmutou um conceito? Ainda cabe vislumbrar as diretrizes que foram rabiscadas (e lembradas pelo Fabbri num crosspost) na Carta de Mídias Livres, em 2010:
1) Uso de licenças livres para os conteúdos produzidos:
Como resgatar essa diretriz com a criminalização do compartilhamento e do posicionamento oficial contra o compartilhamento como premissa? Como raquear o Ministério?
2) Uso de ferramentas livres para a produção de conteúdo:
Não é só fazer e remixar, é preciso também ter um posicionamento e uma adesão crítica quanto às bases de produção e disseminação da cultura. Surgiram novo$ "eixos-de-fora" que ignoram isso - talvez pela ignorância de um debate mais profundo, talvez pelo profundo oportunismo.
3) Uso de formatos livres:
Da metodologia a documentação, da criação, do processo ao produto.
4) Inclusão de material produzido pela comunidade em geral e inclusão da comunidade nas produções da entidade/instituição/organização
Sem megalomanices, sem mesas cheias de doutores que observam e não vivem da cultura que dizem que fazem parte, sem falsas catequizações e evangelismos.
5) Integração com a rede de cultura existente
O que o coletivo/rede que integro faz não é melhor nem pior do que outrxs, é complementar.