Colabor@tiva.PE por Pedro Jatobá

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Recentemente, Pedro Jatobá, divulgou as novidades da produtora Colabor@tiva.PE com suas ações no Festival Pernambuco Nação Cultural em Caruaru. Jatobá, tem 30 anos, é: "codeiro, poeta, fotográfo, fã da cultura popular brasileira, arteeducador, artevista e arteiro". Bacharel em Ciência da Computação pela UNICAP, atualmente é mestrando em Gestão Social na escola de administração da UFBA (BA). Coordenada o Pontão de Cultura Digital iTEIA, e também é diretor de Ações Culturais do Instituto Intercidadania em Recife/PE. Jatobá conversou com o Mutgamb sobre as ações atuais da Colabor@tiva.PE e planos futuros:

 

Como surgiu a ideia da produtora?
Jatobá:
A tecnologia social das produtoras culturais colaborativas surgiu durante uma série de oficinas de cultura digital que ministrei junto a pontos de cultura, da região sul do Brasil, após o Fórum Social Mundial de 2005. Somadas as experiências que participava na época, em especial a revista independente O Dilúvio e o portal SomdoMangue me fizeram enxergar os telecentros dos pontos de cultura, como empreendimentos solidários que podem manter funcionando suas ações de inclusão digital através da oferta de serviços de produção cultural comunitária de forma colaborativa e autogestionária,  gerando renda para quem trabalha e contribuindo na manutenção do centro cultural. A primeira menção a tecnologia foi em 2006 no II Fórum Cultural Mundial, em Salvador, quando apresentei o trabalho "Produtoras Culturais Comunitárias: Possibilidades do Programa Cultura Viva". Em 2007 quando assumi a coordenação do iTEIA e posteriormente do pontão CDTL comecei a percorrer o nordeste conhecendo realidades diferentes e adaptando a metodologia desenvolvida para cada contexto que encontramos. Em 2009 aconteceu a primeira implementação da produtora cultural colaborativa no Fórum Social Mundial de Belém na Aldeia da Paz, dentro do acampamento intercontinental de juventude na UFRA. Essa ação voltou a se repetir nos Fóruns Sociais Temáticos realizados em 2010 e 2012 ambos no Rio Grande do Sul. Ainda em 2009 a tecnologia social foi implementada no IX Encontro de Culturas Tradicionais em Alto Paraíso/GO através da ação cultura digital do Minc/CNPQ.

 

Quais são as principais articulações dela atualmente?
Jatobá: A tecnologia social das Produtoras Culturais Colaborativas está sendo implementada em diferentes coletivos culturais e em diferentes regiões do Brasil. Em Pernambuco temos, desde 2010, funcionando a Colabor@tiva.PE que é um arranjo produtivo local de 7 pontos de cultura (iTEIA, Ciranda Solidária, Canal Capibaribe, CUCA Recife, Coco de Umbigada, Pé de Serra e Tecer). No Pará temos o Coletivo Puraqué que desde 2010 também implementa essa tecnologia social integrada a um banco comunitário oferecendo formação e serviços de produção cultural em Santarém. Na Bahia temos um ponto de cultura ligado a Fundação do Caminho em Alagoinhas implementando esta tecnologia social envolvendo o estúdio de gravação, o telecentro e uma escola onde os artistas produzidos podem gravar e ensaiar no estúdio e em troca participam de eventos e dão aulas de poesia e música na escola. A Produtora Colaborativa de Alagoinhas produz atualmente grupos de hip hop e samba de roda. No Rio Grande do Sul temos está funcionando a 512 Produções integrada ao Espaço Cultural 512 na cidade baixa em porto alegre. Este ano foram abertos editais de ocupação do espaço para música, exposição e gastronomia.

 

Quantas pessoas já atendeu?
Jatobá: A tecnologia social da Colabor@tiva.PE se propõe a atender a três tipos de público. O primeiro público são jovens que tem interesse em aprender produção audiovisual e comunicação colaborativa utilizando software livre. Dentro desta perspectiva atendemos mais de 500 jovens em 2011 oferecendo formações em filmagem e edição de video, gravação e mixagem de áudio, jornalismo digital, rádio comunitária e fotografia. Outro público atendido são os artistas independentes que não possuem acesso a serviços de produção cultural. Dentro das ações da EXPOIDEA em 2010 e 2012 atendemos mais de 80 artistas oferecendo serviços de gravação de show, produção de videoclipe, divulgação artistica em rádio e internet, confecção e venda de cds. Nas duas edições do evento foram vendidos mais de 120 cds em ações envolvendo vendedores ambulantes gerando renda para todos os envolvidos. O último público atendido é o de produtores de eventos que precisam de serviços de registro, formação, comunicação e artes gráficas. Ao atendermos este público ampliamos nossa capacidade em atender os públicos anteriores. Neste cenário oferecemos e trocamos produtos e serviços de produção cultural com empresas de produção cultural, centros culturais, governos estaduais e municipais.

 

Como são realizados os financiamentos das propostas?

Jatobá: Trabalhar com centros de inclusão digital que possuem uma infra mínima de computadores, impressora, cameras e internet somado ao uso de software livre garante que parte da equação está nas mãos. No entorno destes centros existe sempre artistas independentes sem acesso a produção cultural e jovens que frequentam lan houses para jogar e navegar em redes sociais. Ensinar a juventude audiovisual e comunicação produzindo artistas com software livre utilizando os espaços de inclusão digital da comunidade através de venda e troca de produtos e serviços pode já dentro da economia local gerar uma certa autonomia aos envolvidos. Com este portifólio local trabalhar a venda destes serviços a outros atores do município ou região ocupando o mercado de produção cultural deste território ofertando serviços com lógicas mais sociais e sustentáveis.

 

O que a produtora pretende articular em 2012?
Jatobá: A Colabor@tiva.PE atua diariamente com a TV comunitária Canal Capibaribe e o portal iTEIA na divulgação de artistas locais. Além disso realiza formações em cultura digital para multiplicar essa prática e eventos culturais para acesso e circulação de artistas. Além das ações permanentes trabalhamos ofertando oficinas e cursos de cultura digital A produtora colaborativa está atualmente realizando cursos de cultura digital em áudio e video avançados no infocentro do Nascedouro de Peixinhos e em Glória do Goitá junto ao Serta. Estivemos em Goiana, Arcoverde e Caruaru nos Festivais PE Nação Cultural realizando oficinas de cultura digital e registrando com os alunos as apresentações de cultura popular do interior do estado Realizamos em maio a EXPOIDEA 2.0 envolvendo além de formações a realização de um palco livre onde passaram mais de 30 artistas de Pernambuco, Paraíba e Bahia durante 6 dias de evento. Complementando nossa ação fomos contratados para realizar o registro fotográfico de áudio e video da EXPOIDEA e transmitimos ao vivo as ptrincipais atrações do evento. No segundo semestre a Colabor@tiva.PE estará apoiando a organização de uma produtora cultural colaborativa na TEIA Bahia em Salvador. Além de dois pontos de cultura de pernambuco que integram a Colabor@tiva.PE participarão desta ação quatro pontos de cultura baianos.  Estamos estruturando um espaço de formação continuada em cultura digital que funcionará no Recife e servirá de apoio permanente a todos os alunos que participam das oficinas no interior do estado e em outras regiões do país. Uma rede de venda de CDs pelos carrinhos ambulantes do grande Recife está se formando para escoar a produção e complementar a divulgação feita nas mídias comunitárias e digitais. A rede PErAMBULANTE já possui 8 carrinhos cadastrados e já realizou duas ações no recife antigo vendendo mais de 100 cds. O plano para 2012 e ampliar o número de carrinhos na rede, artistas produzidos e eventos de divulgação deste serviço. Tem muito material nesse link.