Luiz Claudio Mayerhofer, 36 anos, é biológo marinho e está visitando o Bailux. Natural de São Gonçalo, periferia do Rio de Janeiro, Luiz mora atualmente em Cananéia, São Paulo, extremo sul de São Paulo. "Foi em Cananéia que se deu a minha iniciação no Software Livre aprendendo os passos iniciais com o Fernando Avena, IKE Banto, Guilherme (Pilar Cultural) Banto Palmarino, Mari Piazzolla, Mexicano e Felipe Cabral".
Possui especialização em cetologia, ciência que estuda baleias e golfinhos, o que o levou a diversas outras buscas. "Após ir para Cananéia estudar os botos da região, conheci ótimos educadores por lá o que me fez enveredar pelos conhecimentos tradicionais das comunidades caiçaras, participando de atividades no Ponto de Cultura da cidade e em parcerias com outras organizações locais".
Como conheceu o Bailux?
Luiz - Conheci o Bailux devido a parceria que irei desenvolver como Instituto Tribos Jovens no Encontro Tribos Jovens, que se dará em Aldeia Velha, estarei atuando como Coordenador de Campo, e aproveitando esta rotina para contribuir com os meus conhecimento em tecnologia e ferramentas livres, meio ambiente e cosmologia.
Qual a importância de comunidades como o Bailux e Aldeia Velha em localidades que são pontos do chamado turismo tradicional?
Luiz - É importantíssimo a apropriação de tecnologias que venham a contribuir com a rotina das comunidades tradicionais, o fato de adquirir conhecimento de ferramentas que venham gerar produtos como vídeos, fotos, textos e o controle de ferramentas que possibilitem o acesso (como sítios) dos internautas e que mostrem os verdadeiros cotidianos destas comunidades e o que se esperar de alguém que venha conhecer essas áreas.  Tenho exemplos de comunidades tradicionais com a do Marujá na Ilha do Cardoso, em São Paulo, em que tive a oportunidade de ser convidado para gerar uma plataforma colaborativa em WordPress, que tinha a preocupação com os atravessadores que vendiam os seus roteiros na comunidade. Ter uma ferramenta confiável aliado aos conhecimentos de SEO, fazem com que o verdadeiro público chegue a comunidade.
Como você enxerga a integração de remix de tecnologia e conhecimentos tradicionais?
Luiz - Autoafirmação, criticidade, geração de registros de memória, o que reafirma a sua identidade ancestral. A apropriação promove o conhecimento e os caminhos livres que cada um quer seguir nesta busca. No caso dos Pataxós, a sua história mostra a sua luta por se manter e o Software Livre têm tudo a ver com a história dos Pataxós.
O que mais te chamou atenção nessa visita até agora?
Luiz - A fluência do "falar" em tecnologia em toda a aldeia a vontade se conectar, isso aliada a formações em ferramentas livres, proporciona grandes vivências.
Pretende desenvolver algum projeto com as comunidades?
Luiz - Neste momento de observação neste últimos dias tenho muito a contribuir em diversos aspectos, como formação em ferramentas como GIMP, Inkscape, Scribus, Wordpress, Redes Sociais e na pros solta sobre turismo comunitário (indicando profissionais com experiência) na parte de meio ambiente e a relação sustentável com os biomas. Muita coisa pode surgir a partir da reciprocidade da Aldeia .
Esta cadastrado na lista metareciclagem?
Luiz - Sim estou sim!
Fale um pouco do seu trabalho antes de chegar em Porto Seguro.
Luiz - Venho de uma formação em software proprietário, mas de uma maneira totalmente livre, sempre futuquei os programas e os conheci a fundo, me familiarizei muito com as ferramentas gráficas o que me fez desde então a trabalhar com a parte de design gráfico e web, atualmente tento trasferir todos estes conhecimentos de maneira a representar visualmente as texturas e formas bem representativas do que o cliente realmente quer. Também desenvolvo projetos de marketing e produção cultural de vários grupos de cultura popular, sempre na pegada da apropriação. Gosto muito das redes sociais e do aprofundamento para contribuir com estas atividades citadas.
Utilizo o xamanismo o que contribui muito neste entendimento das relações coletivas e no processo de aprimoramento para desenvolver atividades com a mesma finalidade.Um grande caminho a percorrer e crescer.