Mutirão da Gambiarra
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Mutsaz Primavera 2009

Original em http://mutgamb.org/Blog/Mutsaz-Primavera-2009 [1]

Mutirão da Gambiarra [2] é uma iniciativa de produção editorial colaborativa articulada prioritariamente via internet. Agrega diferentes perspectivas acerca do diálogo entre tecnologias de informação e comunicação e a sociedade, ao mesmo tempo em que aplica os conceitos da desconstrução e da apropriação de tecnologias.

O material que dá origem a tais obras é resultante das iniciativas da Rede Metareciclagem, formada por pessoas e organizações em todo o Brasil.

#mutsaz! [3] É uma publicação trimestral, voltada para pesquisa e documentação da Rede sincronizadas com as estações do ano, focadas sempre na realidade mundo_meta. As edições são estruturadas com blogagens coletivas, agregando assim produções mensais da MetaReciclagem.

Saiba mais em http://mutgamb.org [2]

dalton martins; daniel varga; dani matielo; dasilvaorg; dpadua; efeefe; guima; hdhd; hudson; kiki mori; lelex; liquuid; lula; maira begalli; paulo bicarato; susana guitierrez; tati prado; teia camargo; patricia fisch.

Conselho Editorial

Maira Begalli, Felipe Fonseca, Daniel Pádua, Hernani Dimantas, Orlando da Silva, Teia Camargo.

Revisão

Dea Paulino

Projeto Gráfico e Diagramação

Cadu Elmadjian

Versões EPUB e Navegável (maio 2012)

Felipe Fonseca

Página principal desta edição

http://mutgamb.org/mutsaz/09-primavera/intro [4]

Prefácio

/efeefe

Original em http://desvio.cc/blog/redes [5]

Nos últimos dias tenho folheado de maneira descompromissada algumas publicações que recebi recentemente da Holanda: Organized Networks [6], de Ned Rossiter; From Weak Ties to Organised Networks [7], publicação pós-Wintercamp (que já comentei por cima aqui [8]); e a caixa e-culture [9], uma caixa com um DVD, um folheto e três livros. Não foi de propósito, mas isso me pegou no meio do planejamento e primeiras conversas relacionadas à aplicação dos recursos do Prêmio de Mídia Livre [10] que a MetaReciclagem [11] levou, e acabei estendendo alguns insights a essa busca mais prática.

Enquanto busca de identidade de rede, a MetaReciclagem já passou por um monte de fases. Desde o começo como um subgrupo do projeto metáfora, passando pela dissolução influenciando grandes projetos de governo, até a fase atual em que muitas vezes parece que a potência de articulação e colaboração se esgotou, até que aparece vida em um canto esquecido, até que alguém volta a se movimentar naquele espaço simbólico depois de alguns anos em silêncio, até que os olhares e afinidades se reencontram em novas buscas. Acho que em todas essas fases, a única constante é a incerteza sobre o que vem a seguir. Daí que quando eu pego alguns desses estudos de matriz europeia, chega a me incomodar a sensação de que estão tentando enquadrar uma classe de fenômeno que não se presta muito a classificações e determinações.

Quando Rossiter sugere que é necessário que se criem novas formas institucionais que dêem conta do tipo de interação que as redes tornam possível, ele o faz baseado na perspectiva de uma sociedade que já foi concreta e estável e que em determinado momento passou a se liquefazer, a perder os limites e as estruturas. Como se o agora fosse um momento intermediário, em que se estabelecem as bases de uma sociedade que vai voltar a ser estável, segura e previsível (posso estar enganado, o livro dele é o que estou avançando mais devagar).

Essa visão influencia até mesmo o tipo de questionamento que o Wintercamp fazia a todas as redes que reuniu. Compartilhei com outras pessoas a sensação de que as perguntas não se aplicavam às práticas que estávamos debatendo no espaço da rede Bricolabs [12] (comentei um pouco mais sobre isso nos meus posts sobre o evento [13]). Talvez seja necessário relativizar as perspectivas: em vez de partir de um mundo europeu ocidental que se caotizou, partir de um mundo mais amplo, que sempre foi inclassificável e inordenado, no qual por algum tempo e em algumas localidades específicas existiu uma ilusão de ordem.

Há alguns dias, eu bloguei [14] sobre alguns contrastes que senti em sampa depois de um fim de semana em Porto Alegre. Acho que faltou complementar a reflexão com o que eu sinto aqui em Ubatuba. Casas térreas, ainda muita rua de terra, muita loja de material de construção, muita obra incompleta, muita terra pra vender. Mais do que uma urbanização ainda não realizada, eu penso mais em termos de fronteira, de um limiar entre tipos diferentes de espaço, realidades potenciais que compartilham a coordenada geográfica. Como se ao atravessar a rua eu também estivesse atravessando o rio que poderia ainda existir ou a estrada ou ferrovia que poderia ter sido construída.

Inverter a perspectiva do desenvolvimento é pensar que esse cenário de Ubatuba é tão contemporâneo quanto a Potsdamer Platz [15] em Berlim. Mais do que isso, faz parte de um cenário complexo em que o caos sonoro que escuto no quarteirão nesse exato momento - jazz, rock, igreja evangélica, funk carioca, todos no volume máximo, coexiste com a frieza pretensiosa da Avenida Paulista, que fica a menos de 250km daqui.

Como essas coisas se relacionam daqui para a frente, é uma coisa interessante a se pensar. Mas acho que estar nesse ambiente diverso contribui bastante para a compreensão de rede que a gente acaba adotando aqui no Brasil. Outra coisa que eu depreendo de alguns desses textos de fora é a noção de que a rede é uma coisa que não faz parte da vida cotidiana: as pessoas têm seu trabalho, sua família, seus amigos, e além de tudo isso - em uma dimensão paralela - participam de redes. É uma visão que sempre me pareceu equivocada, mas talvez nisso eu revele minha própria perspectiva: de que redes sempre fizeram parte da existência humana e do cotidiano.

Em outras palavras, acho que eu estou mais uma vez afirmando que um mundo sem redes, se é que existiu, foi uma distorção específica de uma época e de alguns locais, talvez daqueles contextos que quiseram acreditar que as instituições democráticas vinham para eliminar de uma vez por todas com a necessidade de arranjos informais diretos entre as pessoas, quase como uma objetivação da da vida em sociedade: você não precisa desenvolver a habilidade de se relacionar em redes, porque as instituições vão te oferecer ferramentas estatisticamente comprovadas para isso. Se não faz sentido em democracias estabelecidas (já hoje, figuras que eram democratas efusivas questionam se a representatividade estatística ainda vale em tempos de grande imigração para os países ricos), me parece que faz menos sentido ainda em democracias vacilantes como a nossa (alguém acredita em voto obrigatório?).

Nisso tudo, acabo caindo de novo na imagem do poder para-constituido, que comentei uma vez em uma mensagem [16] na lista de discussão [17] da MetaReciclagem: em vez de pensar que as redes são um cenário pré-constituído e as organizações um cenário pós-constituído (caso em que a constituição de uma organização seria um divisor de águas), é melhor pensar na coexistência, em rede, de atores que estão constituídos com cenários que não se constituem (e nem pretendem se constituir).

Já passamos o século XX, a era da indústria e das marcas, em que as coisas eram classificadas e rotuladas de maneira visível e consistente. Se o mundo do dinheiro já entendeu isso, não podemos perder tempo (nós que acreditamos em outrxs deusxs além da nota de cem) com o atrito causado pela tentativa de usar regras antigas de convivência entre multiplicidades pessoais, identidades coletivas e as limitações burocráticas.

Gosto de pensar que a MetaReciclagem, de alguma forma, e com toda a dispersão que tem, oferece um exemplo (mas nenhuma fórmula) desse tipo de convívio complexo, tenso, mas em última instância ainda produtivo e feliz. Talvez uma das bases seja justamente que as pessoas só colaboram se quiserem: não existe coerção, e até por conta da distância a pressão que se pode exercer sobre as decisões nas pontas é menor do que seria em um contexto mais estruturado.

Essa questão da permeabilidade da rede também foi uma referência interessante de um dos textos da caixa e-culture (que falei lá no comecinho desse post que tá saindo mais longo do que eu imaginava), relacionando a idéia de walled garden (jardim cercado) com o convívio em rede. Juntando esse tipo de reflexão com a necessidade concreta de definir caminhos para o desenvolvimento do site, mandei uma mensagem [18] pra lista articulando essas referências com algumas idéias do Bauman que andavam circulando por lá, tratando das figuras do caçador e do jardineiro.

Jardinagem foi um termo que a gente adotou dos wikis e acabou usando bastante ao longo desses anos, mas talvez seja hora de misturar com a perspectiva da permacultura, que em essência tem mais a ver com o ideário da MetaReciclagem: reuso, apropriação, invenção com os elementos que estão à mão, etc. Há algumas semanas fui visitar aqui em Ubatuba o IPEMA [19], e por mais que eu já conhecesse grande parte das coisas que eles fizeram por ali, é sempre bom ver que aquela conversa de estimular um tipo de sensibilidade que faça as pessoas trocarem o comprar pelo fazer, de preferência com materiais reaproveitados, também ecoa em outras áreas do conhecimento.

Setembro 2009

/maira begalli

No dia 7 de setembro a rede MetaReciclagem (dentro da nova proposta do Núcleo Editorial Mutirão da Gambiarra) iniciou um de seus novos projetos: blogagens coletivas sobre práticas e experiências metarecicleiras, com o objetivo de propor discussões e questionamentos DENTRO E FORA DA REDE. Trazendo debates sobre sensibilidade low-tech, aprendizados e trocas, produção distribuída, gambiarra, recombinação, desconstrução, cibercultura, cultura livre, inteligência do meio, próxima natureza (...).

Para a primeira blogagem o núcleo editorial escolheu o tema “Dia da in(ter)dependência”, sincronizando-o com a data da chamada “Independência do Brasil”. A intenção foi unir materiais, sob diferentes perspectivas, que relatassem a interdependência das redes, os simbolismos, a necessidade de cooperação, as trocas, open spectrum, a ligação entre redes tradicionais e biológicas com as redes digitais, e a necessidade de um projeto de rede livre para o Brasil.

Assim, em 7 de setembro convidamos os membros da Rede para publicarem aquilo considerassem relevante, em seus blogs pessoas, no site da Metareciclagem, em microblogs como Twitter e Identi.ca, no Flickr, YouTube, del.icio.us, ou em qualquer outro sistema, usando a tag #metareciclagem e inserindo um dos selinhos da blogagem.

Listagem disponível em: http://rede.metareciclagem.org/wiki/InterDependenciaPosts  [20]

Autorxs: dani matielo; dasilvaorg; efeefe; guima; hdhd; hudson; lelex; liquuid; lula; maira begalli; susana guitierrez; tati prado; teia camargo; patricia fisch.

MetaReciclagem e a importância das redes

/dani matielo

Original em http://dacamat.com.br/drupal/content/metareciclagem-e-importancia-das-redes [21]

Participar da lista do Meta [22] e observar os movimentos, as construções (e algumas destruições), nos últimos meses, tem feito com que eu refletisse sobre o conceito de "rede" e principalmente "rede aberta". Há quanto tempo falamos de redes? Sociedade Rede, escreveu o Castells, dizendo que a tecnologia potencializava essa organização que desde sempre fez parte da nossa existência humana.

Inúmeros autores também escreveram sobre redes, e nos últimos dias tenho brigado com um artigo que tem título comercial "Web 2.0 to empower communities: reviewing digital literacy in telecentre projects" cujo principal argumento é que se queremos realmente promover a transformação social, não basta que os usuários saibam usar o Word. Nem mesmo que saibam criar um blog. Para que a tecnologia possa realmente contribuir para a tão necessária e prometida mudança, é preciso que ela seja capaz - de colocar as pessoas em rede.

Mas hoje não queria fazer um post acadêmico. Pensei que talvez, como observadora/participante que chegou tarde na festa, minha maior contribuição para a conversa seja essa: um olhar ingênuo, que se impressiona e reflete sobre essa dinâmica em rede. Porque uma coisa é discorrer sobre a potencialidade, e outra, diferente, vê-la se desenrolando de maneira concreta, todos os dias. De repente, o "treinamento" do olhar etnográfico [23] realmente serve pra alguma coisa.

Nesse sentido, queria deixar reflexões - insights - sobre o que vejo, mesmo sabendo que corro o risco de ser um pouco lírica. Mas não tem problema: o romantismo também faz parte da apropriação e do dia a dia da Rede.

Queria falar, então, sobre a idéia de que pertencimento gera valor. Pertencemos todos a muitas redes. Mas foi observando o dia a dia, as conversas e os trabalhos, os contatos, que xs metarecicleirxs fazem, que finalmente entendi o que realmente significa que fazer parte de uma rede pode contribuir para a sua vida e seu crescimento. Não estou falando do conhecimento - talvez ironicamente, o aprendizado, individual e coletivo, de fazer parte de uma rede seja a coisa mais óbvia de se perceber nas dinâmicas em rede e nas conversas - porém de contribuições mais pragmáticas. Fazer parte da rede MetaReciclagem, e apresentar-se como tal, possibilita a abertura de muitas portas, permite o estabelecimento rápido de contatos em um chão compartilhado. Dá acesso a um mundo de possibilidades - editais, pesquisas, parcerias - que se baseiam em um trabalho que foi realizado, não por uma pessoa, ou uma empresa, mas por uma rede.

Que, na prática, qualquer um pode fazer parte - desde que esteja alinhado com a proposta e, talvez tão importante quanto isso, disposto também a contribuir com a Rede. Compartilhar. E as dinâmicas do dia a dia refletem isso: o grau da entrega, do envolvimento, também está refletido em como a rede influencia e é vivida por cada um de seus participantes. Existe a opção de uma participação menor, ainda que se não existe contribuição efetiva, a Rede se desvanece. Entretanto, uma contribuição menor (por diferentes motivos) acarreta uma sensação de participação menor, e portanto pertencimento, e também de usufruto, menor. A Rede sobrevive pelo investimento na própria Rede, que também poderia ser "contabilizado" com contribuição: existem diferentes formas de participação, e a medida não é a quantidade.

É como uma fazenda comunitária (ainda que haja o movimento [24] contra os Walled Gardens, porém minhas metáforas estão irremediavelmente comprometidas pelo meu último vício [25]), em que cada um pode colher não aquilo que plantou, necessariamente, mas aquilo que sente que precisa e "tem direito". Não é "grátis", mas é "livre".

E essa liberdade, essa abertura, é também uma das ferramentas que contribui para potencializar a Rede: ela não tem um tamanho limitado, e portanto é infinita. Podem existir sub-grupos, "sub-interesses": existem as ConecTazes [26], quando gente suficiente, sufiecientemente interessada em determinado assunto, faz um esforço conjunto para levar a cabo uma iniciativa. A iniciativa acontece, passa, a experiência fica, para ser compartilhada com outros. Imagino, apesar de não ter presenciado, que as ConecTazes também possam ser "revividas", por outras pessoas, em outros momentos. Afinal, na prática, não existe ensaio, como dizia Milan Kundera [27], tudo é feito de improviso.

E é por tudo isso que acho especialmente sensível e interessante a proposta que deu origem a este post, do "Dia da In(ter)depência [28]" da Rede MetaReciclagem. Porque, na prática, entendo que fazer para fazer parte de uma rede é preciso, sim, autonomia e independência, mas também um reconhecimento de que é na colaboração e na contribuição, na vivência cotidiana da interdependência, que a potência do estar em rede se realiza.

E, talvez tudo isso já tenha sido dito antes. Mas, como bem disse o Orlando [29], o reacesso é sempre transformador, idéias são expressadas e re-expressadas o tempo todo. Conversas repetidas também geram valor, porque alcançam mais gente, como a experiência do Conectivismo no Bailux [30], que o Regis postou recentemente: talvez a proposta já tenha sido discutida antes. Mas por outras pessoas, em outros momentos. Reacessar também é criar. 

Rede em Reacesso em Rede

/dasilvaorg

Original em http://reacesso.webnos.org/2009/09/07/rede-em-reacesso-em-rede/ [31]

Quando vivemos da informação até que ponto podemos fechar os olhos e cair livremente para trás como naquele exercício do teatro?

O que as pessoas de fato falam, manifestam e o que não? Isso importa?

É preciso se deixar ser rede. Repensar o fazer. Refazer o pensar. Práxis.

Encontrei essa necessidade permanente do reacesso quando a práxis é  MetaReciclagem.

O “reacesso” tem a ver com um texto, uma informação que você já havia acessado e que provavelmente já vinha operando com ela de alguma forma meio “subconsciente”. Ou ainda, sabe aquela coisa que quando você lê ou vê tem a impressão de que já conhecia de alguma maneira o conteúdo? Talvez porque você já estivesse lidando  com ela na perspectiva semelhante a do “autor”.

Mas me parece que também há algo de metafísico aí. Ainda sem muitas explicações. Apenas o sentir, reacesso.

Estamos falando  rede. Sentimos rede. Vivemos rede.

Interdependência enredada

/efeefe

Original em http://desvio.cc/blog/interdependencia-enredada [32]

Por conta de alguns movimentos recentes, mas ainda seguindo uma obsessão que já dura sete anos, tenho conversado bastante sobre a MetaReciclagem [11] nas últimas semanas. Orlando trouxe uma imagem interessante - o reacesso [29] - que com certeza faz bastante sentido para mim. No processo de coleta e compilação do História da / Histórias de MetaReciclagem [33], uma das coisas mais importantes para mim foi poder revisitar hoje - com um pouquinho mais de experiência - as ações, ideias e insights do passado, minhas e nossas.

Tem um aspecto obviamente constrangedor: eu certamente não escreveria algumas coisas, não tomaria algumas decisões, e colocaria algumas coisas de modo diferente hoje em dia. Mas também traz a possibilidade de aplicar uma perspectiva histórica - afinal sete anos não são tão pouco tempo - e entender como as ideias se desenrolam e desenvolvem com o tempo. Essa dobra ajuda a trazer novas possibilidades para o futuro, ao passo que também segura um pouco a megalomania (hm, ok, não segura muito não).

Certamente, todo o processo de coleta de material para aquela compilação histórica da MetaReciclagem foi influenciada pelos projetos, ações e leituras com os quais me envolvi nos últimos anos, e também certamente o reacesso de todo esse material influencia o que eu vou pensar, escrever e articular hoje em dia sobre redes [34]. Nesse sentido, o processo de desenvolvimento da infralógica da MetaReciclagem [35] é totalmente influenciado pelo reacesso. Mas acho interessante ir além disso: não só o reacesso, mas também a reiteração e reforço de imaginário.

Ontem, às vésperas do Dia da In(ter)dependência, uma tuitada minha foi parar na rede MetaReciclagem. Eu duvidava um pouco dos resultados efetivos da blogagem coletiva de hoje. Orlando, Mariel, Dani e Teia comentaram. Em especial me provocou o que a Dani falou: "'rede' é uma coisa que se sustenta muito além daquilo que as pessoas tentam escrever sobre rede". Tenho certeza absoluta disso, mas existe também uma contra-influência: aquilo que as pessoas tentam escrever sobre redes não serve apenas para dissecar e analisar as redes, mas também influencia decisivamente seu desenvolvimento, em especial no caso de tentativas situadas de conceituação, o que é frequente na MetaReciclagem.

Nas últimas semanas, comentei algumas vezes com diferentes pessoas que metade da MetaReciclagem é ficção. Não que seja mentira, mas certamente o discurso que foi construído em torno da rede tem muito de recorte esperançoso, interpretação otimista e, obviamente, um aspecto de criação de mitos (que ecoa à exploração sobre Metamitogênese [36], nunca tão explicitamente articulada mas ainda assim bastante presente), e isso acaba mexendo com o modo com que as ações se desenvolvem. Paradoxo do real e agenciamento coletivo, diriam Hernani e Dalton [37]. Nada de inesperado.

Ainda assim, a satisfação ao ver que esse tipo de construção de discurso acaba por influenciar positivamente a compreensão e a consequente vivência de rede que acaba sendo possível é difícil de explicar. Raquear a realidade - fazer as pessoas acreditarem na construção colaborativa e por causa disso começarem a agir de forma mais colaborativa.

É aí que aparece mais uma dobra: no último encontrão de MetaReciclagem [38], eu comentei que para que a rede existisse era necessário que as pessoas conversassem mais, cotidianamente, sobre tudo o que fazem. Essa opinião não é totalmente sincera: tenho certeza de que se as conversas forem intermitentes e incompletas, ainda assim a rede continua se formando potencialmente a cada instante. Mas é meu papel (ficcional? dramático? regra do jogo [39]?) pregar a documentação, a conexão e a construção em rede, e influenciar mais pessoas a agirem dessa forma.

Isso acaba me dando uma visibilidade desproporcional. O efetivo desenvolvimento da MetaReciclagem como rede também requer a influência de alguns profetas silenciosos e feiticeiros na fronteira [40], mas por conta da própria natureza do papel que assumem, eu apareço mais. Somos - documentadorxs, praticantes, articuladorxs, técnicxs - interdependentes, em um nível de complexidade que evita que as coisas percam a graça tão rápido. Talvez seja possível uma redação alternativa à definição mais recente [41] da MetaReciclagem: um jogo de interdependência. Bom para me lembrar que a rede é muito maior do que aquilo que nós - documentadorx, comunicômanos e remitificadores [2] - conseguimos apreender, e para dar uma certa tranquilidade de que o futuro ainda reserva muitos assuntos para a gente entender, relatar e reinventar. Espero que os outros papéis do jogo ainda tenham desafios como a gente. O caminho é longo e muito divertido. Vamos?

Dia da In(ter)dependência #metareciclagem

/guima

7 de setembro, dia da In(ter)dependência metarecicleira: dia de blogagem coletiva das praticas e experimentações metarecs. Decidi jogar na rede este blog para documentar meus desdobramentos físicos, astrais e espirituais nesta teia xamânica de circuitos mentais e digitais e vice e versa. Xamanismo é a natureza consciente. Quando sabemos e escolhemos contemplar e a-pren-der com a natureza estamos praticando o xamanismo. O que é esta máquina que estou usando para me comunicar e aprender, se não a própria natureza Meta-morfoseada em instrumento de Trabalho para minha evolução?

Escolhemos transformar a natureza e aperfeiçoar a forma do “barro”de modo a nos ser útil em nossa caminhada. Eu sou um Xamã, pois aprendo com a natureza. Desprendo conceitos e pré-conceitos por meio do “barro transformado e moldado” para me atender, ao mesmo tempo em que agrego energias ao meu viver. Por meio desse “barro” eu me comunico, conecto e desconecto da Teia Xamânica, a Teia da Vida, digital, ancestral, física ou astral... Não importa qual o meio por onde me manifesto, o que eu sou é Xamã pois estou na rede e me transformo com ela. No budismo os elos da interdependência são conhecidos como nidanas (12 elos) pois são 12 as conexões da vida (Roda da Vida) que nos permitem experimentar a Ação e Reação - inclusive o nascimento e a morte fazem parte da vida, a construção e a desconstrução são interdependentes pelas ligações imemoriáveis da vida. Por que nos apegarmos ao nascimento ou à morte? A Roda da Vida é apenas um veiculo de evolução. Não devemos ficar presos a conceitos externos à nossa essência, simplesmente devemos a aprender para ser. Metareciclagem também é natureza. Estamos a-pren-dendo para desconstruir idéias e padrões, o movimento antropofágico continua.

MetaIndependência

/hdhd

Original em http://marketinghacker.com.br/node/2694 [42]

Como diz Espinosa: Liberdade não é um direito. É uma conquista. Eu acho que independência também não é dada. Há de se hackear.

Independência desde sempre foi a proposta do MetaReciclagem. Não foi por acaso que o MetaRec entrou no circuito da mídia tática. E, sob esse espirito tem participado efetivamente do processo de apropriação da tecnologia para a transformação social.

Não sei se é apenas a minha percepção. Mas eu creio que o MetRec tem contribuído de forma impactante para a revolução que fazemos parte. A pegada do nosso tempo nos apresenta mudanças drásticas de como a sociedade está se moldando. Pensar que uma grande parte das pessoas conectadas são consideradas fora da lei simplesmente por baixar músicas, filmes, publicar conteúdo proprietário. Projetos como o sabotagem apenas informam que a multidão hiperconectrada não está afins de respeitar o copyright. Ninguém segura essa explosão de necessidades.

Copyright é apenas uma questão. Não adianta conhecer o que está invisível para uma grande parte da população. Atuar no gap informacional em quaisquer instâncias tem sido o nosso campo de ação. Oficinas, conversas, desconferências são espaços de agenciamentos coletivos. O conhecimento quer ser livre. As pessoas querem o acesso livre. Esse é um enclave para se conquistar. A MetaIndepência de links, de agenciamentos, de generosidades e daquilo que nos faz continuar a ser humanos. Essa é a forma da revolução se propagar. 

Dia da In(ter)dependência Metareciclagem

/hudson

Hoje, 07 de Setembro, feriado nacional, dia em que comemoramos a Independência do nosso País - onde ecoou um grito de liberdade da nação bra- sileira também ocorreu um evento marcante a um grupo de pessoas que lutam pela interdependência de uma rede.

Eclode um movimento - que mostra a força das redes (tradicionais, biológicas ou digitais) demonstrando a importância da troca de conhecimento entre as pessoas - denominado “DIA da In(ter)dependência”. Participando desse movimento, trago minha pequena contribuição falando sobre a In(ter)dependência do MetaReciclagem em Sorocaba.

Há 5 anos, já existia aqui na cidade um grupo de pessoas desenvolvendo e fazendo MetaReciclagem em Sorocaba. Era o Nave.org, onde trabalhavam com o conceito de inclusão digital para a população sorocabana, que atualmente faz parte do coletivo MetaReciclagem. MetaReciclagem não é curso de Hardware, manutenção de computadores. Mas sim uma nova perspectiva de visualizar os atuais conceitos da utilização da tecnologia em nossas vidas, é uma rede distribuída que atua desde 2002 no desenvolvimento de ações de apropriação de tecnologia, de maneira descentralizada e aberta. Agrega projetos independentes relacionados a arte, design, educação e tecnologia de coletivos e pessoas. Tem como bases a desconstrução de hardware, o uso de software livre e de licenças abertas, a ação em rede e a busca por transformação social. Em Sorocaba nasceu também um projeto com os mesmos ideais, que foi o MetaJIM, onde iríamos disseminar os conceitos do metareciclagem para a população sorocabana, que aconteceu em 14/04/2007.

Foi o primeiro caso em que a metareciclagem começou a transformar vidas e mostrar que o mais importante no uso das tecnologias são as pessoas que delas usufruem, a fim de transformar suas próprias vidas. Em outubro, a Prefeitura Municipal de Sorocaba convidou alguns metarecicleiros (Dalton, Andre, Joe, ...) para ampliar os ideais do metareciclagem. Foi onde nasceu o projeto MetaSorocaba, como um projeto mais amplo e com apoio de uma instituição de grande porte, pois já havia outro projeto chamado MetaClave, onde estávamos estudando como implementar os conceitos do metareciclagem na educação.

Assim surge o projeto METASOROCABA, que seria uma das ações que englobam o projeto “Bairro mais Feliz”, iniciativa da Prefeitura de Sorocaba com o objetivo de realizar um programa de oficinas e formação de comunidade para um grupo de 200 jovens do bairro Nova Esperança para uma ampla formação num processo de inclusão digital e geração de renda, através da metodologia de MetaReciclagem.

O projeto MetaSorocaba permite que a comunida- de se aproprie da sua unidade, transformando-a em um espelho cultural do local em que foi implementada, concedendo também aos cidadãos a liberdade de decidir, via conselho gestor, os rumos das atividades que são oferecidas aos frequentadores.

Será um espaço comunitário, de uso gratuito e acesso irrestrito, para promover a inserção tecnológica, a divulgação da ciência, cultura e arte, gerando a ampliação da cidadania através de grandes fios condutores como: democratização das comunicações, compartilhamento de conhecimento, valorização étnica, respeito à diversidade e desmitificação das tecnologias. Terá o objetivo de propiciar que os cidadãos sejam incluídos digitalmente de modo que não apenas aprendam o mínimo de informática, mas possam participar da vida em sociedade, questionando e agindo frente os problemas socioeconômicos de nosso país, exercendo assim seu direito de cidadão, contribuindo para a melhoria do ensino, aprendizagem, reciclagem e ações para o desenvolvimento humano no município de Sorocaba, por meio de uma política de inclusão digital cujo foco será a introdução das novas tecnologias e ferramentas como instrumentos de apoio ao processo educacional e de capacitação tecnológica da população socialmente desfavorecida, através de um movimento descentralizado, que tem como objetivo a autonomia tecnológica no hardware e software e a consciência ecológica, chamado MetaReciclagem.

Esse projeto é voltado para a tecnologia social, alicerçado nas possibilidades de replicação de conhecimentos e ideias. O processo envolve o desmanche das máquinas (computadores obsoletos), seleção de peças (hardware) em boas condições, pintura de gabinetes e monitores, desmitificação da tecnologia e recomposição dos equipamentos, despertando não só o conhecimento técnico, mas também a importância dos princípios colaborativos de grupo. Esse movimento em que o projeto se dedica a aplicar é baseado em Software Livre, permitindo rodar em máquinas menos potentes (lowtech), cumprindo com muito sucesso tarefas como escrever textos, planilhas, trocar e-mails, comunicação instantânea, acesso à internet, etc.

Trabalhar com MetaReciclagem é a arte de transformar, melhorar, transcender uma ideia e, no caso da inclusão digital, o lixo eletrônico, em ferramentas de apropriação tecnológica para transformação e desenvolvimento social. A MetaReciclagem vai além do trabalhar técnico, ela propõe humanizar as tecnologias como fonte de conhecimento e desenvolvimento para a formação de jovens, adolescentes, crianças e idosos. As oficinas do MetaSorocaba, em princípio, aconteciam no MetaJim, pois a Prefeitura estava arrumando o futuro espaço para as oficinas Metasorocaba. O programa de oficinas tinha como objetivo a formação de comunidade metareciclagem para um grupo de 50 jovens do bairro Nova Esperança que, para uma ampla formação num processo de inclusão digital e multiplicadores de conhecimento, seria divido em duas turmas de 25 jovens.

Os objetivos seriam:

  • Promover o acesso da comunidade de baixa renda à tecnologia, incluindo socialmente e digitalmente através da MetaReciclagem, valorizando a ação para conservação do patrimônio constituído para o funcionamento do laboratório ou telecentro;
  • Desenvolvimento da consciência de trabalho em grupo para colaboração com a comunidade, trocando experiências e compartilhando conhecimentos;
  • Gerar independência tecnológica na manutenção de laboratórios e telecentros;
  • Possibilitar a criação de uma cooperativa de trabalho para prestação de serviços de ótima qualidade à comunidade de baixo IDH, fomentando a auto-sustentabilidade local para criação de outras ações de cunho social e tecnológico;
  • Despertar a criatividade para utilização da tecnologia para outros fins além da computação apenas;
  • Utilização do computador e da Internet como instrumentos de apoio à educação escolar, ao acesso a emprego e renda, e ao exercício da cidadania;
  • Contribuir com a melhoria da qualidade da educação básica, permitindo que alunos das escolas públicas utilizem novas metodologias de aprendizagem e acessem um maior volume de conteúdos curriculares e extracurriculares, proporcionando melhoria no nível educacional e cultural;
  • Possibilitar uma reflexão ampliada, junto ao público-alvo, sobre a importância do conhecimento e do trabalho como processo de crescimento pessoal e social.

E suas metas:

  • Tornar-se referência para a campanha municipal de arrecadação de equipamentos considerados obsoletos ou não;
  • Montagem de turmas em diversos locais do município, para a execução de oficinas similares, com os multiplicadores saindo dessas oficinas aptos a atuar na recuperação de equipamentos doados para constituição de novos laboratórios e telecentros como resultado da ação;
  • Capacitação de pessoas para gestão e manutenção de telecentros e laboratórios;
  • Criação de projetos para auto-sustentabilidade dos diversos telecentros e laboratórios;
  • Avaliação do impacto do Projeto, nas escolas e comunidades atendidas, em relação ao uso dos recursos tecnológicos e da informação no processo de ensino e aprendizagem e no aproveitamento das oportunidades locais ou regionais de trabalho, emprego e renda;
  • Captação de computadores antigos (lixo digital/sucata tecnológica) que são retirados do mercado devido à falsa obsolescência incentivada pela indústria, e que, por essa razão, possui um valor comercial bastante reduzido;
  • Construção de novos computadores a partir da sucata.
  • As máquinas deixam de estar na posse do projeto para que passem a pertencer àqueles que as reciclaram;
  • Todos podem desmontar os computadores, examinar e trocar os componentes, construir conhecimento a partir da própria tecnologia como um todo, do hardware ao software;
  • Pintura dos computadores, onde antes eram vistas como sucata, agora são personalizadas de acordo com os interesses de cada um, tornando-se artefatos culturais fruto da autoexpressão do utilizador;
  • O lixo resultante do processo de reciclagem constitui um novo meio de subsistência econômica para as comunidades. Depois de separados, o plástico duro, o metal, os cabos e outros materiais das máquinas podem ser vendidos separadamente. Os computadores reciclados também podem ser comercializados a baixo custo à população local;
  • Ocupação de espaços em centros comunitários, mediante a criação de telecentros para acesso da população à tecnologia reciclada. Os próprios laboratórios de reciclagem são transformados em centros locais de formação profissional;
  • Utilização e desenvolvimento de software livre por ser a opção tecnológica mais econômica à medida em que o código dos programas pode ser adaptado às necessidades específicas das comunidades no seu cotidiano;
  • O sistema operativo GNU/Linux é instalado em todos os computadores reciclados, o que evita a dependência de soluções proprietárias e permite a distribuição legalizada das máquinas e do software.

Em Dezembro de 2007 foi lançado o “Projeto Bairro Mais feliz”, em que os jovens fizeram uma apresentação à comunidade e mostraram o potencial do projeto junto a população Sorocabana. O espaço já contava com a montagem do telecentro, onde os próprios jovens construiriam esse processo com auxilio do coletivo MetaReciclagem. Em março de 2007 houveram algumas mudanças, feitas pela Prefeitura, no projeto, e nós, do Coletivo MetaReciclagem, não mais participávamos da gestão e execução das oficinas, e os jovens participaram da inauguração do Espaço MetaSorocaba.

Re: Tempo, tempo, tempo

/lelex

Original em https://lists.riseup.net/www/arc/metareciclagem/2009-09/msg00198.html [43]

pois eu acho que uma das caracteristicas primordiais dessa lista é que aqui a gente tira tempo prá se falar, por copnta de que em tantas outras listas são prá tirar tempo da gente com coisas prá fazer... tá certo que a genter tá tentando tirar tempo prá fazer algumas coisas essenciais aqui prá lista... mas, será que não está a se resistir a essa tarefa? será que a gente no fundo quer mais que essa nossa lista mantenha esse espaço de tempo prá gente poder se falar?

será que estou a justificar minha preguiça com a metafora da resistência, hehehehe?

sei lá, mas se a gente entrar numas de cobrar do outro aquilo que a gente não faz, mas porque tem que ser feito, a gente vai estar reproduzindo um pouco daquilo que nos incomo, que se critica... uma vez eu partisipei, colaborei, realizei, tive tbém a idéia de uma greve do trabalho doméstico, então que todas que tiveram, chegaram apoiaram essa idéia, botaram ela na rua... a gente teve até nota e imagem do fantástico, herhehehe... e a pergunta feita por todos grandões(direções midiáticas, partidárias, governamentais, sindicais,etcetc): como seria mensurado o impacto da proposta, o resultado da greve, qtas mulheres entraram em greve, pararam o trabalho doméstico?... hehehehe... o impacto, o resultado foi menstruado... hehehe... porque prá nós interessava que alguém naquele dia declarasse: hoje ue não faço mais nada. os serviços essesnciais seriam grantidos, quer dizer, cuidado com crianças, idosos, doentes, é óbvio que não negariamos em atender... batava que um prato não fosse lavado... se uma parasse total, quem maravilhaaa!!! e teve mulher que parou total, sentou até em cadeira de praia na frente de casa dizendo: virem-se, hoje eu não faço mais nada! essa foi parar no fantastico, a gente tem menor idéia de quem era a pessoa, mas ela leu um panfleto, gostou, achou que era isso mesmo, ver prá crer... disse que sua casa ficou maior caos.. o reproter peguntou dizendo: mas amanhã a sra terá trabalho dobrado! e ela respondeu: os trabalhadores qdo fazem greve, qdo voltam ao trabalho tem que pô-lo em dia... recuperar o prejuizo do patrão prá compensar o aumento... trabalho doméstico todo dia tem que ser feito  e a mulher quem faz, muitas em dupla jornada... amnhã eu faço o que não pude fazer hoje, não se trata de trabalho dobrado, mas que é o trabalho que garante a roda, que faz a economia girar...

então, se um, dois, tres, blogaram, já está de bom tamanho, a idéia é se se torne um hábito, um costume, quem sabe, daí, assim vire lei, determinação, hehehehe.

depois de passar uns dias em retiro absoluto, em convívio com pessoas que exercitaram ao máximo seus dotes para aceitação, compreensão, cumplicidade, enfim, exercicios de tolerancia, estratégias de resistência, táticas de permanência... acho que não é prudente eu ficar achando que isso ou aquilo, basta eu reconhecer que: QUE BOM QUE ELGUENS BLOGARAM!!! eu sou interdependente!!!!

Dia da In(ter)dependência

/lula

Original em http://www.locoporti.blog.br/dia-da-interdependencia/ [44]

Precisamos reinventar o Brasil.

Porque as narrativas que o inventaram têm sido exclusivamente daqueles que se abraçaram à ordem e o progresso da bandeira, daqueles que sempre tiveram em mãos os instrumentos certos para que seu discurso fosse entronizado. É preciso redesenhar o Brasil à imagem e semelhança de sua precária virtuosidade.

É preciso reinventar a fala do Brasil sobre o Brasil.

Francisco Oliveira já afirmou de tantas formas diferentes, em tantos lugares diferentes: a anulação da fala, do dissenso, da política faz parte de nossa história. Mais até: é a forma pela qual se desenhou o mapa mundi do Brasil, nossa história extemporânea. O mesmo Chico nos disse que a procura da política, que seu encontro e manifestação sempre foram demandas da parcela dos sem parcela, daqueles extratos que na matemática oficial não contavam. Ou não convinham.

E no entanto, o silenciamento da fala, a relativa anulação da política, a contagem daquilo e daqueles que contam e que merecem ser contados sempre estiveram ancoradas à conveniência dos que escreviam a História.

É preciso recontar o Brasil, sua cartografia de discordâncias, seu mapa de vozes, de dissensos que passeiam todos os dias nas ruas, encharcadas de suor, poeira, e brilho. E a necessidade da retomada do Brasil passa pela retomada das tecnologias que permitem suas narrativas, seus mapeamentos, suas linhas de fuga:

Ranciére, filósofo francês, viu e descreveu a base dessa interpretação de forma mais clara: desde a antiguidade grega, os que merecem ser contados são aqueles que detém o conhecimento, a faculdade de pensar e de articular a palavra. Coincidentemente (!), estas mesmas pessoas eram os ricos da sociedade grega. Os detentores desse conhecimento, e do conhecimento sobre o conhecimento, do logos, eram os Homens.

Os outros não mereciam a discussão política, não mereciam ser representados nem se representar, não possuiam a palavra pois não tinham o logos, nem podiam ser contados: não eram homens.

Estes mesmos não-homens inventaram seu logos, suas leis e inauguraram a política.

Como não pensar que a retomada e apropriação crítica de tecnologias é uma subversão do modelo de contagem que Ranciére descreve? (É, eu sei que isso é uma analogia, que por sua vez expressa o pensamento aristotélico e platônico sobre o qual se edifica a forma de conhecimento sedentário. Mas também é preciso se descarregar do peso dessa diferença entre o pensamento nômade e o pensamento sedentário. Essa oposição é frustrante e imobilizadora).

Como não pensar que os não-cidadãos gregos anteciparam cooperações, adequações, gambiarras e formas de compartilhamento simbólicos?

Os modos de apropriação crítica das tecnologias de informação e comunicação são formas de recontagem, ou pelo menos abrem possibilidades para que uma outra contagem aconteça – concatenadas cacofonias. O alfabeto necessário para isso incui afetos, vivências, implica na invenção de um cotidiano, na descoberta de outros, ações coletivas, paixões coletivas, jardinagens bivolts e alguma alegria.

eu_metarec

/maira begalli

Original em http://bikini.veredas.net/2009/09/eumetarec.html [45]

Um dia desses tive a oportunidade de revisitar, escrever, editar, ler e pirar em muitas coisas do arquivo da rede. Por isso foi complicado decidir o que iria escrever/postar. Cheguei a separar muitos links, escrever e deletar - muitas vezes. Mas não estava bom.

Como propusemos a questão da interdependência, pensei que seria interessante (ah tudo bem, inte- ressante é pretensioso demais, então, divertido) aplicar esse termo para eu_no_metarec.

Foi uma inquietação simples, embora presente em muitos dos materiais que li: ninguém participa de uma rede isolado ou sozinho, ninguém faz parte de um coletivo se não compartilha de algumas atitudes, princípios e identidades. Googleei meu primeiro email para lista, e apliquei um exercício comum ao meu dia-a-dia, o de não me prender aos fatos do passado, mas construir um futuro novo para poder olhar as coisas de outra perspectiva. O efeefe usou uma expressão: “passado fluído” . eis uma parte do meu:

Em 26/01/08, Maira Begalli, escreveu:  Olá, Meu Nome é Maira Begalli, tenho 23 anos. Fui convidada pelo Felipe para entrar aqui ;) Sou jornalista e Gestora Ambiental, terminei minha pós em Comunicação Jornalistíca, voltada para apropriação da mensagem no multimídia.

Trabalhei como assessora de moda internacional durante 5 anos.

Nunca gostei do que fazia pelo niilismo do meio, pela pandemia do eucentrismo que domina o habitat fashionista. Porém, nele aprendi muita coisa, como analisar a sociedade, e como ver várias coisas que ficam escondidas de muitos. Fiz contatos importantes. E, em julho/07, decidi parar porque não aguentava mais. Era como seu eu tivesse um alterego, e não sabia o motivo pelo qual fazia aquilo. Então comecei a fazer freelas. Estou como correspondente de uma revista digital de Portugal muito bacana - que ainda não foi lançada – e busco consolidar algo agora.

Bom, meu projeto tem a ver com a Era da Iconofagia, que é latente na sociedade contemporânea. Nela as pessoas foram engolidas por imagens midiáticas, que propunham sonhos e significâncias em uma linguagem rasa e instantânea. Ícones que se tornaram mediadores das mensagens e hipnotizadores ao mesmo tempo. Isso é mais latente nos jovens, mais expostos à linguagem publicitária – que, por sua vez, se apropriou da arte (esta intrínseca ao homem) - mais do que qualquer outra geração.

Esses meios criaram mensagens globais, não mais de comunicação ou informação, mas de exposição. A máxima do Espetáculo de Debord: só o é bom aparece, e todas as coisas boas passaram a ser ligadas a experi- ências de marca e consumo. O portal criado pelo SPFW (www.spfw.com.br [46]) fez isso. Ele se apropriou dos conceitos de colaboratividade, que nós defendemos e estuda- mos. E criou o My SPFW (porque todo mundo quer ser famoso e lindo).

Hoje reconheço algumas partes de texto. Naquela época eu estava bem mais perdida, buscando novas possibilidades, buscando não caminhar mais sozinha, poder ajudar e ser ajudada.

Um ano e meio é relativamente pouco tempo, mas de lá pra cá consegui desviar para alguns lugares legais.

E, dentro desse período, estabeleci alguns vínculos importantes com pessoas da rede. Pessoas com quem pretendo cultivar projetos, sonhos, vidas livres.

Se tudo isso existe? Jardinando descobri que “depende” :P 

Em 13/07/2004:

efeefe: Na prática o nome MetaReciclagem é uma bandeira pirata, usamos quando necessário pra subverter preconceitos mentais de pessoas que ainda pensam como no século XX - a marca Kolynos é dentes brancos, a marca Omo é roupas brancas, a marca Medellin é outras coisas brancas. Não podemos acreditar no poder da marca. Não podemos levar “o metareciclagem” a sério, porque nada pode ser levado a sério. Essa correria toda que a gente faz é só o começo de uma uma época de inovação. Anota aí: daqui a sete anos a gente vai olhar pra trás e rir. Ou chorar. Não podemos acreditar que o que já fizemos até agora é a grande revolução. Essa ainda nem começou.

fernando: Quando falo do grupo para pessoas de fora, chamo de metareciclagem.

efeefe: Perfeito. Estratégia pirata.

fernando: Quando saio de casa para encontrar o grupo digo a minha mãe que fui encontrar o metareciclagem pois se disser que fui ao encontro do grupo que não existe ela pode achar que estou com febre.

efeefe: Melhor ainda.

fernando falando para o amigo: Não leve muito a sério essa história do grupo que não existe, o grupo existe mesmo sem existir, é inevitável.

efeefe: Sim. Existe e depois inexiste. E existe como conceito com todo mundo que quer conversar sobre tecnologia social. E existe como identidade de um grupo de pessoas que está trabalhando em menos de meia dúzia de projetos.

No dia da in(ter)dependência

/suzana gutierrez

Original em http://www.gutierrez.pro.br/?p=2845 [47]

Aderindo à blogagem coletiva, resolvi publicar agumas idéias que, faz muito tempo!, penso serem essenciais quando se pensa em mergulhar na rede.

Nos vários espaços onde se reúnem professores, reverbera o chamamento ao uso das tecnologias da informação e da comunicação, a condenação da resistência e o clamor por acesso e inclusão. Ressoa nos canais de comunicação a celebração da educação a distância como se ela não fosse educação, fosse algo fora, acima, coisa de inciados sem paciência com o que apontam como pensamento retrógrado.

Grande parte disso tudo passa pela superficialidade e, em muitos casos, opta por um pragmatismo alienado que tende a descartar as tentativas de se por o dedo nas feridas que teimam em aparecer.

Falar em independência é compreender a autonomia, não como coisa, como algo congelado numa definição, mas como relação social que parte da consciência da nossa interdependência, do nosso vínculo forte com o outro. Vínculo tal que faz com que alguns insistam, persistam, repitam, mesmo contra toda a negação da crítica.

E é na perspectiva desta autonomia que penso o diferencial que pode haver nesta entrada cada vez maior de professores na rede. Pois os professores estão aí, vindo entusiasmados ou desconfiados das diversas formações propostas, vindo por um acaso fruto de maiores possibilidades de acesso, vindo por obrigação, constrangidos por gestores, pelos pais, pelos alunos, … Entrando na rede, enfim.

E é para este grupo de colegas que eu gostaria de falar, de propor uma pedagogia do puxadinho, um jeito hacker de viver a rede. Quero propor a eles que chutem para o lado todo o receituário, sobretudo o que limite a sua ação, ou seja, os pode não pode daqueles que, por em absoluto não compreender a rede, vivem tentando controlá-la.

Resgato, metareciclo, reproduzo, recriando, remixando, refazendo, algumas das minhas idéias de 2004, pois “a realidade humana não é apenas produção do novo, mas também reprodução (crítica e dialética) do passado” (KOSÍK, 1976, p.150)

Colegas, olhem para a sua formação e pensem na formação de seus alunos dentro de umcontexto que privilegie e promova a pesquisa (as perguntas!). Uma pesquisa que considere a realidade das instituições educacionais e que, a partir desta realidade, construa alternativas de criação e uso da tecnologia.

Prefiram as ações que promovam a autonomia e a autoria no trabalho com as tecnologias e potencializem a opção \ apropriação tecnológica consciente.

Considerem as possibilidades da cultura hacker, do movimento software livre, dos ambientes públicos, interativos e abertos, das formas colaborativas e cooperativas de trabalho, como exemplos de uma reconstruída relação com o conhecimento, como bem humano.

Não se fechem na academia (na escola), ao contrário, descubram os espaços onde a rede invade a academia ,a escola e tudo mais. Façam destes, espaços de vida. Evitem, também, os feudos que se criam na rede e replicam as formas fixas, pobres e unidirecionais de comunicação e, pior, de educação.

Conjurem as instâncias de apoio (os Núcleos, NTEs, Proinfos) para que partam da imersão na rede, na sua cultura, e, muito mais, na sua contra-cultura; do que é instituído pelos órgãos educacionais, porém, muito mais pelo que é instituinte e negador, que se coloca como possibilidade, como as alternativas livres que emergem na e da rede.

Lembrem que a rede é rede e o outro é o caminho. Pliquem, repliquem, tripliquem, mantenham o fluxo :D

Acreditem em si mesmos, no potencial transformador da sua prática, na beleza da sua busca, na segurança da sua experiência, no poder redirecionador dos erros (é por aqui que venho andando, não sem alguns tropeços)

Não aceitem tudo isso que escrevi como diretriz e, sim, como possibilidade de caminho à construir. Mergulhem na rede nos seus termos, como os botos e não como as sardinhas.

O texto ficou com jeitinho de discurso… Perdão!!!!!!!! :oops: Afinal, é sete de setembro e algum tom heróico pode retumbar no meu brado. ops! :idea:

Cotidiano em rede

Outro dia, no trabalho, precisei da ajuda de um colega revisor - tempos de Reforma Ortográfica. Queria saber se “não-formal” ainda precisava de hífen. Ele me respondeu que não, assim como “não governamental”. --- Fiquei pensando se isso tornaria a negação menos potente. Ou seja, se as regras e a Língua têm o poder de interferir na vida além do texto. Se elas teriam alguma contribuição para a superação de determinados paradigmas modernos, característicos do século XX, construídos pelo acúmulo dos anteriores. Me refiro à diluição das fronteiras, à separação rígida e estanque entre as coisas – sobretudo das ideias e conceitos, que acabam por distanciar as pessoas e intensificar os conflitos a ponto de torná-los insustentáveis e desnecessários, em vez de ricos e estimulantes.

Antes que me aprofundasse na divagação, meu amigo me enviou outro e-mail. Continuamos a falar so- bre a reforma e a mensagem seguinte soou como peripécia: “Este é o ano em que a feiura perdeu o acento”. A frase não havia sido escrita por ele, apenas apropriada e comentada: “Fofo né?”, em suas próprias palavras. Eu gostei e tentei retribuir de forma análoga: “Enquanto a feiura perder o acento está tudo bem, o problema é as ideias perderem a abertura”.

Esse agradecimento pelo aprendizado materializado em forma de oração foi suficiente para encerrar a conversa. Ainda não entendi a tal regra do hífen, mas creio na força do hábito e no convívio entre as pessoas...

eu na rede

/teia camargo

Original em http://rede.metareciclagem.org/blog/07-09-09/eu-na-rede [48]

Esse é meu primeiro estudo para o Ensaio “eu na rede”. Uma série de fragmentos fotográficos. Partes de mim que estão impregnadas das marcas_sensações_atitudes_pensamentos_e tudo o mais que compõe minha caminhada metarecicleira que começou há milênios. venho, desde então, tentando organizar essas provocações filosóficas num trabalho midiático que perfaz meu caminho e se cruza necessariamente com tantos outros.
Coincidentemente, neste dia da In(ter)dependência da MetaReciclagem, recebi um telefonema pra visitar o espaço onde comecei uma série de atividades que me trouxeram à rede MetaReciclagem. em 2006, iniciava um trabalho de alfabetização de adultos num quintal muito cheiroso: jabuticabeiras, mangueiras, um galinheiro esquecido se transformava numa aconchegante salinha de computadores. parte dos reacessos, talvez como o orlando tá investigando profundamente. esse primeiro ensaio fotográfico foi feito para e com a Metareciclagem, e deverá se transformar numa instalação-performance com gambiarras interativas.

INterDePedência - O dia, a hora, o lugar...

/patricia fisch

Original em http://rede.metareciclagem.org/blog/07-09-09/INterDePedencia-O-dia-hora-o-lugar

Nem sei como vim parar por aqui, para ser bem honesta comigo mesma e com quem ler este texto. Olhando hoje no meu login do Metareciclagem, diz que estou nessa rede, nessa conexão e nesse local onde absurdamente me sinto "em casa" há dois anos e quatro dias exatos. Achei o número legal... 2-4 até parece marchinha, cadência de algo que anda, se movimenta, concentra, espalha e agrupa por ai.

Por muito tempo fui uma mera "sniffer", uma daquelas pessoinhas que fica lendo, espiando, observando os passantes pelo buraco da fechadura, pela fresta da porta, pelo beiral da janela. E por muito mais tempo que isso fico pensando no porque precisamos espiar de longe coisas que supostamente pensamos que são meio que inatingíveis, por quais causas achamos que coisas simples são complicadas, que se outros referenciam 'grandes personas" das quais nunca ouvi falar (mas que falam invariavelmente coisas sobre as quais eu sempre soube, às vezes com expressões diferentes, ou em algum contexto paralelo... sei lá) eles abarcam um conhecimento deificado que eu como mera mortal não posso ter acesso e muito menos duvidas ou contradições sobre suas posições.

Mas, sempre tem a primeira vez, aquele dia em que você se joga de olhos abertos, de peito escancarado e de alma insana, e posta. Sim, é meio que um sentimento de adrenalina, você dropando a morra insana enviada por Netuno com seu barquinho de papel. Mas ai depois de clicar no ENVIAR já era. Já foi... mas será.

Então, a partir deste dia comecei a me sentir uma participante da lista (veja bem, não digo "me sentir uma metarecicleira") que podia enviar algunas letrinhas, tortas, retas ou simplesmente concordar ou discordar. Ou não fazer nada disso, mas  já tinha perdido a virgindade. Já tinha postado meu primeiro email, minha primeira idéia, minha primeira opinião.

Não adianta perguntar, não lembro sobre ou o que foi. Não vou tampouco catar nos históricos. Não vai fazer a menor diferença mesmo nem para mim e nem para você.

Estou escrevendo esse texto pois hoje, dia 7 de setembro de 2009 (há exatos 2 anos e 4 dias em que estou nesse espaço virtual mas tão presente na minha vida) todos que quiserem podem escrever algo sobre a Metareciclagem, sobre suas aspirações, pirações,  <ACABA DE FALTAR LUZ... VOLTO QUANDO DER>

Outubro 2009

/maira begalli

No mês de outubro a blogagem coletiva (#metablog) do Mutirão foi realizada nos dias 12 e 13, agregando os significados e sincronismos da data. Como inspiração, citamos uma frase de Nietzsche: “Três transformações do espírito vos menciono: como o espírito se muda em camelo, e o camelo em leão, e o leão, finalmente, em criança”.

Ainda, linkamos algumas tags que permeiam os imaginários da temática: #sincretismo #criança #erê #kurumin  #cosmedamião #padroeira

Listagem disponível em: http://rede.metareciclagem.org/wiki/MolecadaPosts [49]

Autorxs: dasilvaorg; efeefe; guima; maira begalli; tati prado; teia camargo .

Feiticeiros ontologia rede: molecada

/dasilvaorg

Original em: http://reacesso.webnos.org/2009/10/13/feiticeiros-ontologia-rede-molecada/ [50]

Colocar em post uma sistematização dos pensamentos interações rede é sempre um desafio.

Desde ontem pela manhã que estou tentando escrever este post. Eu queria apenas resumir, descrever, apontar, listar, classificar, blá, blá, blá. Marcar um percurso ontologia rede.
É essa questão do #reacesso [51], entende? Pense em cada conteúdo que eu tenho que ler para poder dialogar (numa lógica “tradicional”) na hora que me remetem a uma referência. Caixa preta [52]?!

Os feiticeiros [40] que o efefe recorta do Mil Platôs, V4 [53] são talvez um bom ponto de amarração desta conversa. Por que? Para exemplificar. Me obriga leitura. Mas mais, muito mais do que isto. Esse jogo rede é complexo [54]. Porém, o que marca é que a regra da conversa independente da leitura é conflitante para mim, difícil lidar com ela….

Existem estas coisas nos textos que “nunca” irão se “revelar” por inteiro para um indivíduo a menos que seja para aquele que escreve. Mas não, no mesmo instante percebo que se #reacesso estiver fazendo algum sentido há muito mais até para aquele que escreve. No primeiro caso, tudo bem, o tempo pode mostrar a cegueira. Mas e no segundo caso? Ou seja, seria isto uma mensagem do tipo: “desencane com @#$&*! ao escrever?

Tem uma recorrência aqui: A Sociedade Contra o Estado [55]; 1 [56], 2 [57], 3, 4. #reacesso.

The Internet of Things [58]

Apropriação [59] e Apropriação [60].

Molecada está quebrar “lógica”. A questão indígena [61] ainda está “lógica”, apenas fora de uma hegemonia, mas inserida em outra.

Criançando

/efeefe

Original em: http://efeefe.no-ip.org/blog/criancando [62]

Re-ciclando, sempre. Criançando, mantendo abertas as portas da invenção e da descoberta. Enfrentar o poder não com pedras, mas com riso e leveza. Olhos abertos para ver o futuro e fazer algo a respeito. Insistir em levar-se a sério muito menos do que todos dizem ser necessário. Não o simples abdicar do poder, mas exercê-lo justamente por não ter nenhuma pretensão de domesticá-lo. Brincar, sempre. Saber que ser feliz é uma simples questão de escolha. Fácil assim.

A Dona Aranha

/guima

Original em: http://lablivre.wordpress.com/2009/10/13/a-dona-aranha/ [63]
A dona Aranha ligou a sua Rede
Pôs a Banda-Larga e Conectou
Compilou o Kernel e os Aplicativos
E os seus Torrents começaram a Subir
Ela é curiosa uma hacker emergente
quebra quebra quebra e vai ficando inteligente
A dona aranha já está na Rede
Baixa e Compartilha o que ela bem entende
Uma aranha livre aqui vem surgindo
Pois os pré-conceitos ela vai desconstruindo
Ela é curiosa e desobediente
Quebra Quebra Quebra Expandindo a sua Mente

O mito de Tainá

/maira begalli

Original em: http://bikini.veredas.net/2009/10/o-mito-de-taina.html [64]
Era 2002, Tainá, a menina-índia que havia nascido em 26 de janeiro de 2001, ou seja, havia quase 2 anos, crescia. Viva a alguns quilômetros do lugar que foi considerado “a primeira vila” de uma terra tupiniquim. Do seu quarto, quando deitada no berço, podia ver um morro de mata nativa intacto, e um sol poente laranja intenso, incandescente.
Era 12 de outubro daquele ano, e eu havia tomado muito sol. No final da tarde, sentia frio. Vestia uma blusa branca, uma saia azul, andava em uma bicicleta azul com estrelas fluorescentes. Segui sem rumo, livre. Acreditava que aquilo era a liberdade. Meu cabelo crescia, fazia um ano que o havia raspado todo, queimado assim um passado que não me pertencia mais.
Antes da noite chegar, subi ao andar mais alto do prédio. Tainá dormia. Sua mãe me mostrou o mar daquele alto lugar, sublime. Me disse que gostaria de levá-la brincar na Roda Gigante, no verão do ano seguinte. Naquele momento, aos 18 anos de idade, percebi que ainda era criança e que talvez desejasse ser para sempre.
Passou um ano, em outubro de 2003 a mãe de Tainá faleceu. Coincidentemente, nunca mais a Roda Gigante esteve em frente ao prédio. Conta a lenda que A mãe guarda o desejo de brincar com Tainá, na eternidade, junto com o smog da madrugada que cobre o mar todos os dias antes do dia virar dia, quando todos os pássaros brancos se encontram sobre as rochas no canto-fortaleza.
Desde então, todo dia 12 de outubro Tainá sonha com as luzes intensas de uma Roda Gigante alocada na areia, em frente ao prédio alto. Um sonho absurdamente real. Do alto da Roda, Tainá pode avistar as luzinhas dos navios no mar e sentir a presença de sua mãe.

doa-se

/tati prado

Original em: http://rede.metareciclagem.org/blog/14-10-09/Doa-se [65]

requer-se: curiosidade criativo-investigativa ou vice-versa

exige-se: disponibilidade para compartilhar

pede-se em troca: histórias futuras

oferece-se: histórias pregressas

convida-se: apresentar intenções neste site

Para os muito curiosos, informa-se:
*características: embalagem com artefatos industriais

vídeo-recorte de várias temáticas ressaltando as crianças

/teia camargo + dasilvaorg

Original em: http://www.youtube.com/watch?v=EiTvp9OIbd0 [66]

Novembro 2009

/efeefe

O mês de novembro gerou um monte de assuntos sobre os quais a gente precisa refletir. Um deles não é agradável - o falecimento prematuro de nosso amigo e co-inspirador Daniel Pádua, o @dpadua. Dessa vez o Mutirão Sazonal aceitou posts em um final de semana inteiro - de 27 a 30 de novembro.

Sugestões de temas:

 

Dpaduando

• Memorial Daniel Pádua - histórias, causos, ideias, lembranças, loas, odes, orações.

 

Lixo Eletrônico

• Lixo Eletrônico e a Política Nacional de Resíduos Sólidos http://migre.me/dG6D [67]

• Eletrônicos descartados sem que as pessoas levem em conta o impacto ambiental, em http://migre.me/dG6c [68]

• Projeto de Lei volta a prever coleta de eletrônicos, em http://bit.ly/3nCnox [69]

• Poluição na China, em http://bit.ly/4CU0jg [70]

• GT no Congresso da Cibersociedade em http://lixo-eletronico.org/blog/comecou-o-iv-congresso-online-da-ciberso... [71]

 

Pra que serve e-mail? Da lista:

• “Falar de email para uns carinhas de 13-14-15 anos já não tá fazendo sentido.

• Blog, pelo jeito, também não é a praia dessa rapaziada. Funk no celular é bacana!

• A galera aí tá passando o dia pendurada onde? No MSN? Vamos mapear a infralógica dessa geração aee.”

 

Remixes

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1365270-6174,00.html [72]

 

Listagem disponível em: http://rede.metareciclagem.org/wiki/MutiraoNovembroPosts [73]

 

Autorxs: dalton martins; daniel varga; dasilvaorg; dpadua; efeefe; guima; kiki mori; maira begalli; paulo bicarato; tati prado.

 

de como surgiu o metareciclagem e...

/dalton martins

Original em: http://daltonmartins.blogspot.com/2009/11/de-como-surgiu-o-metareciclagem-e.html [74]

A thread [75] em que conversávamos sobre infra-estrutura e a liberdade de projetos.

... o que é mesmo que estamos fazendo agora?

Onde está nossa conversa agora?

Como o xemelê nos organizou?

O que andamos fazendo em nossos projetos e qual a convergência dessas ações?

Sinto ressoar os tambores da caordem...

Será? Os próximos passos estão na vibra do momento...

 

daniel varga

/daniel varga

Original em: http://flogao.com.br/fantadoengenho [76]

No último dia 20 faleceu um grande amigo. Ele foi vitima de um câncer fulminante nos ossos que lhe chegou aos pulmões. Ele foi um mestre para mim. Ninguém entendia mais da blogosfera que ele. No Campus Party desse ano, eu colei do lado dele na bancada do #metareciclagem e tentei aprender tudo que podia, mas aprendi mesmo foi nesse vários anos de conversas na lista do #metareciclagem.

Com ele eu acabei entendendo qual é o verdadeiro papel de um blogueiro. Ter um blog é ter um espaço para difundir as suas ideias, popularizar o conhecimento e levar informação. Daniel Pádua, aka dpadua, foi um hacker, ativista digital, desenvolvedor, teleiro e metarrecicleiro brasileiro. Ficou conhecido internacionalmente ao criar em 2002 o BlogChalking.

O BlogChalking é um conceito pioneiro de agregação de redes sociais que permite a classificação geográfica de blogs. Sua criação foi motivada pela vontade de Daniel Pádua de encontrar pessoas vizinhas que, como ele, “usam diariamente a Internet e escrevem seus pensamentos”. Foi destacada pelo Blogdex e indicada para o Third Annual Weblog Awards em 2003 na categoria best meme. Dpadua era o único brasileiro a concorrer nesta edição.

Dpadua foi um dos idealizadores e articuladores da rede MetaReciclagem, uma rede auto-organizada e diversas vezes premiada que propõe a desconstrução da tecnologia para a transformação social, e cujo nome foi citado pela primeira vez por ele em um e-mail da lista Metá:fora. Em 2004 começou a trabalhar no Ministério da Cultura, onde iniciou a aplicação do conceito de Xemelê junto à equipe de manutenção do portal público da entidade.

Em 2008 passou a integrar a equipe da Empresa Brasil de Comunicação, onde alavancou a cobertura integrada dos Jogos Paraolímpicos de Pequim 2008 e do Fórum Social Mundial de Belém do Pará em 2009. Ainda em 2009 participou da equipe que originou o Blog do Planalto, iniciativa inédita no Palácio do Planalto, projetada para dar mais visibilidade às decisões políticas da Presidência da República Brasileira [*].

Isso é muito pouco para descrever quanto ele era FODA! Quem teve a oportunidade de conviver com ele sabe o quanto ele era do bem. Um cara alegre e sempre pra cima. Ele era um visionário, não se conformava com o mundo desse jeito e trazia mudanças. Mostrava que era possível mudar e mudar principalmente a forma de pensar. Com ele entendi a lógica da moda no mercado capitalista que hoje se aplica aos aparelhos tecnológicos, principalmente aos celulares.

@Dpadua você vai fazer falta. Sentiremos saudades, mas você permanecerá vivo dentro de todos que com você aprenderam um pouquinho.

Que brilhe mais ainda onde você estiver.

 

* http://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_P%C3%A1dua [77]

 

mutdgamb/remember the code

/dasilvaorg

Originais em:

http://reacesso.webnos.org/2009/11/30/mutdgamb/ [78]

http://reacesso.webnos.org/2009/11/21/dpadua-remember-the-code/ [79]

mut(d)gamb

No Mutirão da Gambiarra edição1# (janeiro, 2009) há algo em torno de propósitos (by Felipe Fonseca)

A idéia inicial do Mutirão partia, entre outras coisas, do receio que sempre tivemos de que, como rede descentralizada e aberta, a MetaReciclagem pudesse eventualmente ser apropriada de maneiras que destoassem das intenções de seus integrantes: estimular a descoberta, a colaboração, a ação em rede voltadas para a transformação social.

Muita coisa mudou nos últimos anos, e os próprios objetivos da MetaReciclagem (se é que existem) também acabaram por se transformar.

… ainda existe, mesmo que de maneiras diferentes daquelas que já conhecíamos, o sentido de uma construção coletiva, de um espaço de conhecimento, convívio, informação, co-inspiração e troca, que é nossa obrigação assegurar que permaneça aberto.

No meu entender, a maneira mais efetiva de garantir que a MetaReciclagem seja entendida na sua abrangência e força, como uma rede aberta, um espaço de sensibilidades compartilhadas, de propriedade coletiva, é expor os processos que nos trouxeram até aqui, destrinchar os interiores da MetaReciclagem como rede, prática, identidade de grupo e influência. (grifo meu)

Num post do Desvio [80] (outubro de 2009) há algo em torno de objetivos (by Felipe Fonseca)

O Mutirão da Gambiarra [81] é um núcleo editorial ligado à rede MetaReciclagem [22]. Tem por objetivo incentivar a produção distribuída de documentação, conteúdo crítico e experimentação de linguagem nas áreas de apropriação de tecnologias, ação social em rede e criatividade. O Weblab atua na definição de pauta, produção de conteúdo e comunicação do Mutirão.

O selinh do #mutsaz novembro linka para página Sobre_About do atual site do Mutirão.

[82]

_________

MetaReciclagem, MinC, Weblab, Waag, Bricolabs, DesCentro, Orquestra Organismo. História, estórias, história, estórias. #reacesso.

____

Práxis das forças invisíveis

*Turntablism is the art of manipulating sounds and creating music using phonograph turntables [83] or digital turntables [84] and a DJ mixer [85]. (from wikipedia [86])

@dpadua - remember the code

Estivemos juntos fisicamente apenas em dois momentos, os dois encontrões MetaReciclagem. Mas isto não afere a intensidade da convivênvia.
No aeroporto de BH, dia 10 de setembro a caminho de Arraial, ele me disse que estava para escrever um manifesto “Remember The Code”. O que isto significava, não entrei numas de entrevista na hora. Estava era feliz de estar tomando uma cerveja com uma pessoa por quem não sei como explicar mas eu tinha muito carinho.

Seus planos para o futuro naqueles dias eram “uma cama”, porque vinha de um período de muito stress e poucas noites dormidas.

Dia 14 de outubro nos falamos no Gtalk e ele me disse do câncer. Fiquei chocado, mas ele estava esperançoso.

Há uma ligação, um elo que não sei como explicar que se estabeleceu. No post abaixo, o link sobre blue note é para o blog dele. Foi lá, naquele post que ele me trouxe o reencontro com um eu que sempre esteve aqui. No mesmo dia eu vislumbrei isto na minha história com a MetaReciclagem.

Seguimos.

Siga na LUZ, inspiração, mito, artesão de redes. A gente se vê.

 

DISPUTA SEM FIM

/dpadua via maira begalli

Original em: http://mutgamb.org/mutsaz/Disputa-sem-Fim-Reblogue [87]
reblogado por guima em: http://lablivre.wordpress.com/2009/11/30/disputa-sem-fim-by-dpadua/ [88]

Em 3 de novembro, Daniel Pádua tuitou: [89]

"Escrevendo um artigão sobre 2 anos de frustração com "jornalismo" vividos na EBC, Blog do Planalto e mídia social em geral \o/ #finalmente".

O artigo [disponibilizado abaixo] foi escrito nos dias em que Daniel esteve internado no Sarah. Pelo conteúdo e estrutura dos tópicos, acreditamos que ele gostaria de ter escrito mais algumas (ou muitas) palavras. Já não importa.

Propomos, então, no último dia de #mutsaz de novembro/09 que você reblogue esse artigo em seu blogue/site creditando-o ao dpadua. Pedimos, que ao publicar indique a url em que o texto foi disponibilizado nos comentários desse post. Vale remixá-lo fazendo outro post, publicá-lo da forma que foi disponibilizado aqui, tuitar ou citar partes.

DISPUTA SEM FIM

Relato de Daniel Pádua sobre Empresa Brasil de Comunicação, Blog do Planalto e o mal que nos consome dia após dia chamado Jornalismo.

1) INTRODUÇÃO

Eu estou doente. Neste momento estou sendo atendido em internação no Hospital SARAH, um hospital público como não há no país, comparado a grandes centros de excelência médica de países "desenvolvidos". No último ano tive diagnosticado e extraído um tumor benigno da tíbia direita. Agora, aparentes lesões ósseas no tronco do corpo, que não sabemos exatamente de qual origem.

Estou bem, sendo tratado numa instituição séria e atenciosa, por uma equipe igualmente maravilhosa e com certeza passarei por esta enfermidade para continuar a expandir minhas andanças. Não há dúvidas, pois já comecei a melhorar. Minha família está aqui, meus amigos estão comigo e estou trabalhando com o Ministério da Cultura novamente - ajudando a  consolidar e disseminar as ações que ajudei a construir quando vim para Brasília em 2004. Em outras palavras, a mente e o coração estão fortes e caminhando firmes para atravessar esta tempestade.

Entretanto, há rancor pulsando no meu peito. Um sentimento desprezível, fruto de praticamente um ano e meio de frustração, indignação e sentimento de impotência, cultivados em experiências de trabalho no âmbito do jornalismo público e estatal, mais especificamente na EBC - Empresa Brasil de Comunicação e o Blog do Planalto, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. As barbaridades que presenciei e vivenciei nesses lugares mexeram comigo, ainda me ofendem - principalmente como cidadão - e decidi, após passar por um período de recuperação sensível desde que pedi demissão em agosto do insólito Blog do Planalto, escrever um relato-desabafo, como sempre fiz neste blog - para mim, pra facilitar o meu próprio entendimento destes fatos num contexto mais amplo - e assim me permitir ficar em paz, com lições aprendidas. Lições que sirvam para ir além da mediocridade/covardia dos que se calaram quando não deviam ou foram condenados ao silêncio.

Evitarei citar nomes e falarei de forma tópica, pontuando com comentários quando julgar necessário.

2) DEIXANDO O "CONTO DE FADAS" PARA O "MUNDO REAL"

uma frase

/efeefe

Original em: http://www.flickr.com/photos/felipefonseca/4148343385/ [90]
 

8OID, dpadua e muitos obrigadas

/kiki mori

Original em: http://rede.metareciclagem.org/blog/30-11-09/8OID-dpadua-e-muitos-obrigadas [91]

Na lista metarec em 29 /11

from Kiki Mori

agradeço de montão metarecs presentes na 8a Oficina para ID em BH, drica, ruiz, todo mundo que estava no encontro dos pontões de cultura digital, josi, alcione, e muito muito muito obrigada jader gama pela fala com a camisa do são raimundo na plenária, e também ao bailux e à carmen pelos enfeites metarecs, clicados e amados por todxs que estiveram por lá.
A gente fez uma homenagem ao dpadua na abertura no palácio das artes,
rodrigo leu este texto aqui (http://8oficina.inclusaodigital.gov.br/?q=node/160 [92]) e falou não só do quanto amamos o dp por tudo o que contribuiu para a OID (incluindo a logo do evento, aquelas carinhas muito bunitinhas como ele dizia), mas também da história toda que está rolando na wikipedia.

o seu manoel, a dona graça e as irmãs do dp estavam presentes, gostaram muito. rolaram uns slides no telão, montados com fotos que achei no flickr, quem quiser ver está aqui: http://www.oficina.inclusaodigital.gov.br/?q=node/165 [93] - era para ter uma música do seu estrelo de fundo, mas não consegui colocar, preciso avançar na minha apropriação tecnológica ;)
a quem foi e eu não vi, ou não consegui conversar lá, desculpem qq coisa. estamos ano a ano tentando melhorar a organização do evento, 2 mil pessoas é gente pra caramba, e as ladeiras do sesc e o calor deram trabalho!
ano que vem tem mais, e espero encontrar com vcs bem antes, em vários momentos.
bjão
kiki

Sob Mistérios

/maira begalli

Original em: http://rede.metareciclagem.org/blog/30-11-09/Sob-Misterios [94]

E, bikini [95] ficou fora do ar (porque esquecemos de pagar http://veredas.net [96]) bem agora. Esperei para ver se voltava, mas ainda não reativaram a conta. bleh.

Nessas, fiquei pensando numa coisa que estava presente em algumas conversas com outros metas há tempos: desse site ser um lab [11], e do Mutirão ser um "showroom [2]" pra externalizar as produções da Rede de forma organizada e objetiva. Em meios às temáticas propostas nesse mês, acho que vale, nem que seja uma brevíssima reflexão de cada um sobre como e com que freqüência usamos essa plataforma e pra que/quem ela serve.

Seja como blog, seja como wiki temos que tomar conta desse espaço.

Parte dessa inquietação surgiu de um chat com Orlando, no final de semana. [Sim, o Orlando que agitou esse #mutsaz. Brigada Orlando], e de uma troca de email com o Daniel - que ficou de reportar uma ideia pra lista, mas não deu tempo. Então, estou fazendo isso agora :)

"maira e galera,

liguei pro narigudo agora.
tive uma ideia e vou mandar mais tarde na rede:
metaidentidade. um outro eixo de ação,
complementar a infralogica e mutiraogambis,
pra produção, rastreamento, resgate e cultivo dos
nossos símbolos, artefatos, bandeiras, selos, bonsais,
focando na nossa multi-re-identificação e significação
como bando.

por exemplo, podemos usar braçadeiras ou lenços
no fórum de cultura digital, podemos sempre levar nossa bandeira. podemos fazer artefatos duradouros e nos
presentear uns aos outros entre famílias, etc. podemos cultivar bonsais de volts, que vão conectar gerações.

o lance é escapar do design e comunicação em sua significação meramente utilitarista-industrializada e retomar o cultivo mitológico de logomarcas e pixações.

a partir disso, uma conectaz no site servirá de espaço de articulação da brincadeira e a demanda do mutirão estaria listada ali, com tantas outras.

o que acham?

beijinhos,
dp"

 

Não quero, não vou, nem pretendo começar a perguntar o que significa MetaReciclagem [97] [ou metareciclagem, ou como a wikipedia-querida mostra "metarreciclagem"] para cada um, se estamos indo para algum lugar, ou o que significa esse bando de malucos bem diversificado juntos tentando raquear coisas em meio ao mundo conduzido pelo #choque. Acho que essa fase/ tipo de questionamento passou.

Faz uns dez dias estava com efe na apresentacao do #zasf no MIS @ Mobile Fest, e ele perguntou: "Ainda existe mistério no Mundo"? Creio que sim, existe. Não mais o mistério de grandes descobertas, que foram e são devoradas pela ânsia do novo instantâneo consumível e seus absurdinhos rasos. Isso foi desencantado.

O grande feitiço desnudado, entretanto meio-que-especialmente-escondido, torna-se o encontro.

"Torna-se" foi pretensão de mais. Pois sempre foi. Mas, em algum momento, passamos a ignorar ou dar menos valor para eles, muitas vezes imersos por aquilo que achamos ser problemas ou suas grandes resoluções.

Não digo do encontro fugaz de quem diz um "oi" e vai embora. Digo do encontro de almas, que por algum motivo buscam algo em comum, pra deixar pro infinito.

Dizem que amanhã  dezembro virá ao nosso encontro.

Que ele traga novos mistérios.

sapo cocrante

/paulo bicarato

Original em: http://www.alfarrabio.org/index.php?itemid=3137 [98]

Imagens, lembranças, sensações se mesclam enquanto ainda tento absorver a notícia de que o DPádua [99] partiu pra batucar o maracatu do Seu Estrelo [100] em outras paragens. Ficamos sem a companhia -- física -- de um grande amigo imaginante, pirata nômade, espírito compartilhante e livre. Posso assegurar que, muito mais do que um ativista, era um praticante apaixonado da filosofia open source, de compartilhamento do conhecimento. E, sim, como o próprio diria, era um cara *buuunito, e cocrante*. Deixo o relato do outro Daniel, o Duende [101], que exprime da melhor maneira o que eu poderia dizer nesse momento.

Daniel Padua, o narigão, o sapão, o anatólio, o imaginante, o sátiro pulapulante, o barbudo, o meu melhor amigo, meu irmão nesta vida, e discretamente um de meus heróis...

É tão difícil falar neste momento. É difícil, não só pelo sentimento vazio da partida. É difícil porque meu querido amigo sabia muito bem como gostava que falassem dele. E eu tenho certeza de que ele iria ficar uma arara comigo se eu fizesse um testemunho sofrido, circunspecto e triste. Então, com todo o meu profundo respeito pela minha dor e pela dor de todos os meus amigos... amigos queridos dele também... eu vou me limitar a dizer umas poucas frases do jeito que ele gostava.

Meu amigo sempre gostou de dizer que era ficção para nossos sentidos. Eu sempre impliquei com a palavra ficção na frase dele. Sempre achei que a gente precisava de uma palavra muito maior para descrever o que éramos um para o outro, uns para os outros, todos nós do bando. E um dia nós achamos esta palavra. Nós somos mitos para/nas narrativas-vida uns dos outros.

DPadua era, além de tudo mais que eu já disse no início deste desajeitado email, um de meus mitos maiores. Sua existência alterava meu universo imaginário... o de todos nós... de uma maneira por vezes difícil de medir ou explicar. Ele simplesmente transformou tudo aquilo que tocou. De barba em riste e sorriso grande aberto, meu amigo DPadua mudou todas as nossas vidas e todas as nossas histórias: para alguns de seu jeitinho discreto, de mineirinho de Vila Velha, para outros trazendo mudanças gigantescas e inexprimíveis.

DPadua é hoje parte de todos nós. E me aconchega o coração saber que hoje ele descansa, livre das dores da convalescência e do aperto no peito de sentir a inevitável dor de seus amados. Descansa, e repousa dentro de todos nós -- nós que nos tornamos todos um pouquinho DPadua depois que ele passou por nossas vidas. Em nós, ele vive enquanto vivermos. E espero que o DPadua dentro de todos vocês possa novamente cantar e dançar em breve.

Eu posso dizer que eu conheci o cara. E se posso dizer mais uma coisinha, digo esta:

Se querem homenagear o cara, festejem a vida que ele trouxe. Não se concentrem em sua partida. Como nômade que era, DPadua cedo ou tarde sempre partia em busca de novas viagens. Longa vida à vida IMAGINANTE e AMOROSA que ele nos trouxe.

E até mais, meu amigo.

A gente se vê nas ilhas imaginárias.

"tecnologia é mato, o importante são as pessoas" – Daniel Pádua

DPádua_borboleta

Como diria o Rosa, *as pessoas não morrem, ficam encantadas*. O Sapolino se encantou.

Sinta la cocrância...

/tati prado

Original em: http://rede.metareciclagem.org/blog/30-11-09/Sinta-la-cocrancia [102]

Eu ainda estou me acostumando com essa ideia da blogagem coletiva e com o hábito de publicar. Só que desta vez não há como ficar quieta (tudo bem, em muitas vezes eu não calo a boca lá na lista, mas aqui no site é diferente).

O mês de novembro não foi fácil pra MetaReciclagem [97]. O nosso grande exemplo de nomadismo levou a fundo suas ideias e ganhou a liberdade de uma vez por todas. Nós ficamos aqui... com muitas sensações misturadas, da surpresa à tristeza, tendo que encarar o desafio da transcendência.

Ao mesmo tempo em que pode ser muito “simples” falar do dpadua, também não é. A simplicidade combina com leveza. Alegria leva à plenitude. E só. Bastaria, a princípio. Por outro lado, sua presença inspiradora trouxe tantas contribuições às pessoas que compõem a rede metarec e ao universo da cultura digital, que fica complicado saber por onde começar.

Por este motivo vou me valer de uma mensagem que havia escrito em 25 de novembro, durante uma discussão na lista, mas deixei de enviá-la. O mote era a presença-permanência do Daniel Pádua na wikipedia. [77]

A primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato desse tema ter surgido na mesma thread [103] em que a Yaso, sua companheira, tinha anunciado sua partida prum mundo que não conhecemos. Eu precisei separar os assuntos [104] e começar outra, pois o fato do verbete ter sido apagado e depois colocado em votação para eliminação não me parecia algo “simples” [105]. 

Pra mim, o problema maior a ser discutido não era o contexto da wikipedia em si ou apenas. A questão era muito mais ampla, se relaciona com memória coletiva, patrimônio imaterial, formação de vínculos e relações mediadas pela tecnologia, potencial das redes, ação política, etc. e, principalmente, com a condição humana mais “democrática”: a finitude. Algo difícil de compreender, sobretudo no mundo contemporâneo, em que os processos, as possibilidades, a liquidez, a simultaneidade estão em evidência, em detrimento das coisas acabadas e definidas. Nessa horas dá pra perceber o quanto somos “modernos” - o fim e a ruptura existem, sim. E incomodam.

Incômodo é uma boa palavra pra caracterizar a minha sensação ao ver a discussão sobre a wikipedia rolar nas duas threads e invadir uma terceira [106]. Ficou evidente que nós, enquanto rede, temos muito a aprender para criticar, provar e construir sem atacar ou agredir. A gente frequentemente se atrapalha quando vai defender os ideais, perde a “razão” (por favor, evitem interpretar isso como oposição à emoção ou sensibilidade, pois estamos no século XXI) e a força dos argumentos se esvai. Seria compreensível nas situações extremas. A morte e a vida são exemplos deste tipo. Mas o fato é que o ambiente da lista de discussão vira e mexe se revela imaturo pras grandes discussões, não apenas nos casos extremos. E, pra mim, em alguns momentos parece que as pessoas se orgulham disso porque acreditam que assim estão lutando. Em certos casos causa vergonha porque nos agarramos às pequenezas de um jeito que faz parecer inócua qualquer estratégia para a libertação do ego e a evolução humana (na minha opinião, condição mínima para promover a transformação social - uma expressão que está em nossa home, caso alguém não tenha reparado).

Deixei de enviar a tal mensagem por alguns motivos. Não queria personalizar a discussão, convencer ou ofender ninguém. Me faltou energia para fazer isso com a habilidade necessária. E o pior, fiquei irritada ao imaginar que tamanha generosidade, serenidade e perspicácia bem humorada do dpadua não seriam suficientes para que a gente, enquanto coletivo (a essa altura do texto, espero que tenham percebido que não estou acusando alguém específico ou tampouco me eximindo da responsabilidade. Explicito: me refiro a nós – Rede MetaReciclagem [97]), se expressasse de outro modo, mais sábio. Pelo menos uma vez queria que os interesses políticos não se sobrepusessem à questão maior: a vida, que o respeito, a gentileza e a delicadeza fossem a opção, que fôssemos inteligentemente críticos para não achar que só a metarec vale a pena e nenhuma outra iniciativa é genial o bastante. 

Continuamos iguais (ou quase?). Ainda não sei.

Dizem que a vida continua. Já sei.

Eu só quero mesmo é continuar otimista e acreditar que a gente pode se tornar pessoas melhores a cada dia. Mas não entendo porque desperdiçamos oportunidades preciosas. Se não aprendemos nestas situações extremas, vai ser quando, hein?

Sei lá...

Bom, a mensagem era mais ou menos essa:

[o principal motivo que me leva a escrever esta mensagem é tentar dizer a mim mesma o que é preciso fazer agora... pensar pralém do "contexto wikipedia"... ]

eu acho que as homenagens ao dpadua foram feitas.
não foi por acaso que as pessoas se reuniram à distância para celebrar sua ausência presente. uma festa "distribuída-em rede". música em sp, em brasília... lenços, camisetas e afins...
essas homenagens vão continuar acontecendo sempre, a cada vez que uma ideia sua for revisitada e reinventada, um sorriso/momento compartilhado saltar da memória ou uma frase sua for citada.

a wikipedia ou qualquer outro lugar não vai ser suficiente para "acomodar" o dpadua. nem mesmo os espaços metarec. porque registrar é também uma forma de "congelar". ideias são "catalisáveis" e “catalisadoras”, ultrapassam essa dimensão "estática".
essa figura querida tinha lá suas predileções pelo que é etéreo. por isso, numa perspectiva bem radical, acho que o melhor jeito de homenageá-lo seria "tirá-lo" de todos os lugares pra garantir sua presença fluida e livre. seria o extremo da conexão sem mediação, feita apenas por informação-energia.

por outro lado, quando penso neste "desaparecimento", significa sonegar a outras pessoas a oportunidade de conhecê-lo. conhecer suas ideias e realizações é importante para o movimento que ele tanto defendeu. as pessoas fazem a história enquanto vivem e entram pra história quando morrem. qdo isso acontece, seu compromisso com o coletivo é o que se destaca.

é este o motivo que me faz acreditar que documentar é preciso. assim como navegar é preciso.

E segue o fluxo...

POSFÁCIO

/maira begalli

Original em: http://mutgamb.org/mutsaz/Sobre-mutsaz-1109 [107]

A proposta da #mutsaz de novembro levantou alguns questionamentos importantes para a Rede. Um deles, foi o próprio nome sugerido pelo Orlando [108]: "mutsaz", que batizou com uma tag o que chamávamos de blogagem coletiva para compor os Mutirões Sazonais [3] (essas, publicações trimestrais - que ainda não rolaram -  feitas como um patchwork bricolado dos posts).

Também foi em novembro que Vitório Amaro resolveu se manifestar questionando as meta-identidades, e brincando com todas elas.

Estávamos eu, Felipe Fonseca e a Tati Prado, conversando no MIS depois da apresentação da ZASF no Mobile Fest, em 14 de novembro. Na ocasião questionávamos as blogagens, os assuntos delas, e o propósito de fazermos uma ação que ao contrário das suscitadas pela chamada "blogosfera" não tinham intenção de fazer buzz, grandes mobilizações, auto-promoção, ou blábláblá pró-blogues.

Discutimos sobre o não-caminho das blogagens temáticas, mas de um foco editorial que conseguisse internalizar para a Rede discussões Meta_Mundo, e então externalizar as produções, inquietações, anseios e questionamentos sob essa perspectiva. 

Tinhamos dúvidas sobre a efetividade da proposta desse novembro. Entretanto ela vingou.

Seis dias depois do nosso encontro, aconteceu o falecimento do dpadua (ou será que ele foi encantado?). E, mais do que externalizar e compartilhar as coisas que estavámos construindo com ele, e como isso influenciava nossos anseios e vontades de construir coisas, o #mutsaz também alocou um artigo do próprio Daniel, escrito durante sua internação no Sarah.

Desde que eu publiquei o texto, em 30 de novembro, muitas pessoas me procuraram querendo saber se haveria uma continuidade, e por várias vezes respondi que não.

Mas vejo que dei a resposta errada.

Quando  Daniel escreveu: " 2) DEIXANDO O CONTO DE FADAS PARA O MUNDO REAL", colocou em uma frase algumas porções de questionamentos sobre as maquiagens e máscaras presentes em práticas e discursos sobre liberdade, cultura, compartilhamento, hacking.

Questionamentos, que podem gerar infinitas continuidades para o artigo. Tanto para aqueles que gostariam de relatar, como para outros tantos que gostariam apenas de ler e replicar como barulho da rede que alimenta morbidamente egos.

Vale ainda citar o episódio cômico na página de discussão do verbete na Wikipedia criado para o dpadua:


"O artigo diz que esse Daniel Pádua foi:

  1. hacker. Em que ele programava? De que projetos participou? Chamam-no de hacker baseado em que?

  2. ativista digital. É porque ele tinha blog e repassava links sobre o Pirate Bay e coisas do gênero? Qual é exatamente a extensão do ativismo de Daniel? existe alguma PROVA de que ele foi ativista sem ser o tapaolho de pirata dele?

  3. desenvolvedor. de que?

  4. teleiro. que diabo é isso?

  5. metarrecicleiro. isso nem existe. o cara inventou esse termo!"

Registros como esses escancaram os hiperlinks tendenciosos das rede, e o não existir dA INTERNET como uma instituição  igualitária.

Tudo bem. Seguimos. Em busca das internets que caminham descentralizadas e continuamente sem grandes nomes ou reluzências.

:)

Eis as participações do #mutsaz de novembro/09:

  • Como surgiu MetaReciclagem [74] - Dalton Martins, 24/11
  • Homenagem a @Dpadua [76] - Daniel Varga, 24/11
  • Sinta la crocância [102] - Tati Prado, 29/11
  • 8OID, dpadua e muitos obrigadas [91] - Kiki Mori, 29/11
  • Sob Misterios  [109] - Maira Begalli, 30/11
  • Sapo Cocrante [98] - Paulo Bicarato, 20/11
  • DISPUTA SEM FIM - by @dpadua [88] - Guima-San, 30/11
  • Fraga só, narigudo! [90] - imagem no flickr - efeefe, 30/11
  • Mutdgamb [78] - dasilvaorg, 30/11

Tudo aqui é livre. Ainda não decidimos uma licença geral.


Source URL: http://mutgamb.org/mutsaz/09-primavera/sobre

Links:
[1] http://mutgamb.org/Blog/Mutsaz-Primavera-2009
[2] http://mutgamb.org
[3] http://mutgamb.org/MutSaz
[4] http://mutgamb.org/mutsaz/09-primavera/intro
[5] http://desvio.cc/blog/redes
[6] http://networkcultures.org/wpmu/portal/publications/studies-in-network-cultures/organized-networks/
[7] http://networkcultures.org/wpmu/wintercamp/2009/07/03/report/
[8] http://desvio.cc/blog/acampamento-de-inverno
[9] http://www.virtueelplatform.nl/en/#2653
[10] http://rede.metareciclagem.org/blog/17-06-09/Pr%C3%AAmio-de-M%C3%ADdia-Livre
[11] http://rede.metareciclagem.org
[12] http://bricolabs.net
[13] http://efeefe.no-ip.org/tag/wintercamp
[14] http://efeefe.no-ip.org/blog/folegos
[15] http://pt.wikipedia.org/wiki/Potsdamer_Platz
[16] http://www.mail-archive.com/metarec@colab.info/msg17855.html
[17] http://lista.metareciclagem.org
[18] http://rede.metareciclagem.org/blog/12-08-09/Jardins-e-infralogica-metarecicleira
[19] http://www.ipemabrasil.org.br/
[20] http://rede.metareciclagem.org/wiki/InterDependenciaPosts 
[21] http://dacamat.com.br/drupal/content/metareciclagem-e-importancia-das-redes
[22] http://rede.metareciclagem.org/
[23] http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnografia
[24] http://rede.metareciclagem.org/blog/12-08-09/Jardins-e-infral%C3%B3gica-metarecicleira
[25] http://apps.facebook.com/onthefarm/index.php?ref=tab
[26] http://rede.metareciclagem.org/listas/conectazes
[27] http://pt.wikipedia.org/wiki/Milan_Kundera
[28] http://mutirao.metareciclagem.org/blog/Blogagem-Coletiva-de-Setembro-Dia-da-interdepend%C3%AAncia
[29] http://reacesso.webnos.org/2009/09/07/rede-em-reacesso-em-rede/
[30] http://bailux.wordpress.com/2009/09/04/conectivismo-no-bailux/
[31] http://reacesso.webnos.org/2009/09/07/rede-em-reacesso-em-rede
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